Soledade é uma cidade rápida que não para, a correria do dia a dia impede que muitas pessoas percebam as maravilhas que nossa cidade pode nos proporcionar. 

E no meio de tanta correria pequenos gestos e trabalhos passam despercebidos aos olhos dos menos atentos, e foi em um momento como esse que nossa equipe jornalística, ao parar no semáforo da Avenida Marechal Floriano Peixoto com Júlio de Castilhos, que nos deparamos com diversos jovens das mais diversas nacionalidades trabalhando como malabaristas.

De uma forma tímida, por consequência de tantos julgamentos e preconceitos sofridos, os jovens argentinos Matias e Estevan, e o uruguaio Gabriel aceitaram o convite da nossa equipe para conversar um pouco, e para contar suas histórias de vida e vivências nas ruas.

Os três jovens chegaram ao município de Soledade a poucos dias, para eles, o rumo a seguir ainda é incerto, pois a vida do artista de rua é uma eterna surpresa a ser explorada.

Ao ser perguntado sobre sua experiência nas ruas, Gabriel, o único uruguaio entre os jovens, contou que a cidade de Soledade tem um povo hospitaleiro, abençoado e que sabe valorizar trabalhos como o dele, “o malabarista não tem tempo definido em cada cidade que chega, mas de forma geral, a cada lugar que eu chego eu dedico meu melhor, tento levar para todos um pouco mais de alegria. Muitas pessoas nos confundem com vagabundos e drogados, mas não somos nada disso. O dinheiro que eu ganho eu consigo pagar minhas contas e ainda consigo ajudar minha família que está no Uruguai”, contou Gabriel, que também alimenta e cuida do seu fiel e inseparável cãozinho que adotou no município de Ibirubá.

Para os jovens argentinos Matias e Estevan que se conheceram em terras soledadenses, a liberdade de poder viajar é um presente que eles preservam a cada dia, “cheguei em Soledade e conheci todos esses amigos que vou carregar em minha memória para sempre. A vida nas ruas não é fácil, mas decidimos sair do nosso país justamente porque lá não encontramos meios para manter o sustento de nossas famílias. Passamos dificuldades, mas mantemos um trabalho honesto, não roubamos, não nos drogamos, somos artistas”, destaca Matias.

Quando perguntado sobre a família que ficou para trás, Estevam suspira fundo e com um olhar distante fala sobre aqueles que para ele são caros e importantes, “minha família está na Argentina, são meus familiares, pessoas que eu amo e que faria tudo por eles. Muitos brasileiros não entendem que deixamos nossa terra para trás, pois lá as dificuldades são constantes, e aqui no Brasil conseguimos juntar nosso dinheiro e seguir em frente, ajudando aqueles que amamos”, diz Estevam.

Após o bate papo com o jornalista Fernando Kopper, o trio aceitou participar do quadro Cristal Na Sua Casa.

Acompanhe a entrevista na íntegra.

Com informações: Fernando Kopper - Tua Rádio Cristal