Pelo menos quatro ocorrências em Carlos Barbosa e outras duas em Garibaldi, que foram praticadas neste ano, tiveram a participação da quadrilha de Seco. Os locais e as vítimas de maior poder aquisitivo eram indicadas por homem que foi preso, em Garibaldi, na manhã desta segunda-feira, 16/11, na rua Nossa Senhora do Carmo, no bairro Alfândega.

De acordo com a Polícia Civil, escutas feitas em maio indicam que Seco coordena ações da quadrilha, desde a Pasc. Os parceiros para quem ele mais ligava eram Josué Supi Soares, o Gago, e Paulo Henrique Rodrigues da Silva, o Paulinho Guri. Em 7 de junho, esses dois teriam participado, com outros quatro homens armados, da tomada do sítio de um empresário barbosense.

Os bandidos ficaram 10 horas no sítio em Linha Vitória, com reféns, à espera do empresário, que não apareceu. A quadrilha levou joias, dinheiro, coletes balísticos e armas encontradas no sítio, que tinha estande de tiro. A polícia está convencida que o objetivo final era o sequestro do empresário do setor metalúrgico, dono do sítio. Nos diálogos interceptados, os bandidos falam em "encher a guaiaca" (se encher de dinheiro) e "caderno grande" (seriam armas).

Ainda conforme a polícia, naquele domingo do assalto ao sítio, os elementos chegaram primeiro a Garibaldi, onde mantiveram contato por telefone com o garibaldense que os esperou na sua casa, no bairro Alfândega, e após ele acompanhou os elementos até a entrada do sítio para não ter erro do endereço.

Outros assaltos, como ataques as duas residências, uma na Buarque de Macedo de um gerente de banco que ocorreu logo após o meio-dia, quando a vítima saia de casa para levar o seu filho à escola e de um médico que fica próximo ao balneário Navegantes, ações praticadas com violência, também tiveram a participação desta quadrilha.

Também o homem de Garibaldi indicava vítimas e locais  de Garibaldi. Está sendo investigada a participação deste grupo ao roubo de um veículo Camaro no bairro Glória de um vendedor de hortifrutigranjeiros, o roubo de armamentos em residência no bairro da Garibaldina, entre outras ocorrências.

Ainda de Carlos Barbosa, é investigada a participação da quadrilha no assalto a um posto de combustíveis no acesso à Linha Vitória, onde também o empresário foi agredido, sendo roubado dinheiro e outros pertences.

A polícia civil ainda não identificou o nome do garibaldense para não prejudicar as investigações que estão acontecendo em todo o Estado. Ao que se sabe, este homem já havia sido preso em outra ação da polícia por receptação de veículo roubado. Com a prisão preventiva decretada, ele foi encaminhado ainda na manhã de segunda-feira ao Presídio Estadual de Bento Gonçalves. Junto com ele, foi encontrado um veículo roubado, placas clonadas que era utilizado por ele no seu dia a dia.

Para ter a certeza do poder aquisitivo das vítimas que ele indicava para elementos que vinham da capital, o garibaldense se usava de outra pessoa, com ligação familiar com sua esposa, que se apresentava para fazer serviços de manutenção em residências. Quando ele era contratado, percorria pela casa e observava os detalhes de movimentação e acesso ao local.