Após mais de 51 horas de sessão, a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aprovou o impeachment contra o prefeito Daniel Guerra. A sessão começou na manhã da sexta-feira e se estendeu até a manhã de domingo, devido a leitura completa do processo, que tinha quase quatro mil páginas.

Por volta do meio-dia do domingo, 18 vereadores, mais de dois terços dos votos necessários, votaram a favor de três itens apresentados na denúncia, decidindo o afastamento de Daniel Guerra.

As denúncias analisaram a existência de infrações político-administrativa quando Guerra negou o uso da Praça Dante Alighieri para realização da tradicional Bênção dos Freis Capuchinhos, que já tinha sido feita outras doze vezes na praça. Além da vez que fechou o Postão 24h sem consultar o Conselho de Saúde, que é um órgão de fiscalização.

Os vereadores também entenderam que houve discriminação quando o prefeito negou que a Parada Livre fosse realizada em uma rua central da cidade.

Daniel Guerra se manifestou nas redes sociais logo após o anúncio do afastamento, citando “ataque à democracia." Na publicação, o prefeito afastado escreveu ainda que vai recorrer à justiça.

Caxias do Sul não tem vice-prefeito, já que Ricardo Fabris de Abreu renunciou do cargo no ano passado. Quem assume o cargo é o presidente da Câmara, Flávio Cassina, do PTB. Ele tem 30 dias pra convocar uma eleição indireta com votos dos veradores, onde qualquer cidadão com domicílio eleitoral em Caxias pode se candidatar. Nos bastidores, a informação é que Cassina deve permanecer no cargo, com Elói Frizzo, do PSB, como vice.