Acompanhe o programa “Um peregrino nos passos de Jesus” desta quinta-feira, 15/06, com Frei Clemente Dotti:

"O escritor Mark Twain disse em 1867 falando do deserto de Negev: “Total desolação, nem mesmo a imaginação pode conceder-lhe a graça da vida e da ação”.

Segundo Ben Gurion, um dos fundadores do Estado de Israel e, na época, seu primeiro ministro, o Neguev representava o futuro de Israel. “É no Negev que serão testados a criatividade e o vigor pioneiro de Israel. ” Sempre acreditou que era possível fazer florescer o deserto de Neguev. Durante as discussões que seguiram ao ano de 1947 e 1948, nunca ele quis abrir mão da faixa desértica, pois sabia que esta terra seria importante na produção de alimentos e prosperidade. Hoje se está vendo esta realidade se concretizando.

Neguev, em Hebraico quer dizer Sul e representa atualmente 60% do território israelense e abriga 10% da população. A região possui o porto de Ellat, balneário e uma das grandes cidades, Beersheva, com uma universidade que pesquisa novos métodos agrícolas.

Como vi o deserto de Neguev

Em maio de 2015 com um grupo de 30 pessoas, estive visitando uma cooperativa agrícola no deserto de Negev. Saímos de manhã e nos dirigimos para o sul. Estávamos ansiosos para entrar deserto adentro. Já passava de duas horas de viagem o que aparecia eram plantações, e milhares de estufas. Paramos e estávamos numa granja modelo.

Mas afinal onde está o deserto? Perguntamos ao guia Yosef. O deserto é aqui, tudo se transformou. E visitamos várias estufas, uma de tomates cerejas, com as mais diversas cores, ruivo, cor chocolate, zebra. Provamos de todos. As plantas crescem até 5 metros e seus ramos são conduzidos em arames suspensos dentro da estufa.

Visitamos também uma plantação de cenouras. Cenouras de cor cenoura, branca, amarela e violeta. De tudo pode-se experimentar, lava-se e come-se um produto sem veneno. Vimos uma plantação suspensa de morangos. Os canteiros são meio cano de 200 a 400 mm cortados ao meio cheios de terra fértil. A cooperativa é composta de 100 famílias. O produto é consumido entre os cooperativados, e o restante é exportado. Nada se vende em Israel, o maior importador é a Itália. A produção é contínua por 8 meses. Vimos muitas plantações de bananas, Laranjas, uvas, mangas etc.. Isto tudo irrigado com 70% de água cloacal tratada, 10% água cedida pelo governo e 20 % por chuvas. Pelo caminho se vem canos de água de cor vermelha que trazem água potável e violeta água cloacal tratada. Há um programa nacional de tratamento de água.

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