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Polícia projeta investigação “longa e meticulosa” sobre assalto a banco em Criciúma

por Rudimar Galvan
Polícia faz varredura pela região para tentar localizar criminosos.
Foto: Divulgação/Brigada Militar

A resolução do crime considerado o assalto de maior proporção na história de Santa Catarina não deverá ser concluída nos próximos dias. A investigação sobre a explosão de um banco iniciou nesta terça-feira e deverá, segundo o delegado da Polícia Civil Paulo Koerich, "ser longa e meticulosa". Em coletiva à imprensa, o que o delegado pôde adiantar é que as forças de segurança do Estado, com a ajuda de informações da população, estão mobilizadas e a perícia está sendo realizada no local e nos dez veículos apreendidos. Da mesma forma, a polícia não apontou um prazo para a divulgação do laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP-SC).

Cargas explosivas são encontradas após fuga da quadrilha que atacou banco em Criciúma

Cerca de quatro cargas de explosivos, pesando 230 quilos, foram recolhidas e desativadas na manhã desta terça-feira em Criciúma pelo Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC). Os artefatos de detonação foram abandonados pela quadrilha que atacou o Banco do Brasil entre a noite de segunda e madrugada desta terça-feira. Parte deles estava em um Fiat Mobi, de cor vermelha, estacionado.

“É um tipo de explosivo bem expressivo, identificado como metalon, com cordéis detonantes, espoletas e estopins, inclusive este material estava pronto e podia facilmente ser detonado. Tinha até celular no explosivo para ativá-lo”, observou o comandante do BOPE, tenente-coronel José Ivan Schelavin. “Se fosse explodir tudo junto podia abalar um prédio”, acrescentou.

Uma varredura foi realizada também no interior da agência bancária atacada com explosivos. Detonadores eletrônicos foram recolhidos no local. O BOPE da PMSC enviou cinco equipes para a área.

Além dos artefatos de detonação, a quadrilha, formada por cerca de 30 criminosos fortemente armados, deixou para trás um malote contendo cerca de R$ 300 mil em dinheiro retirado dos caixas eletrônicos destruídos. Dez veículos de luxo foram usados na fuga, sendo abandonados em um milharal nas imediações de um rio na localidade de Picadão, em Nova Veneza, distante em torno de 18 quilômetros de Criciúma.

Durante o ataque, os criminosos atacaram a tiros o prédio do 9º Batalhão de Polícia Militar da cidade, colocando inclusive um caminhão baú em chamas na frente do prédio. Explosivos foram deixados no local.

Ao estilo da modalidade Novo Cangaço, os bandidos renderam quem estava na rua, como populares e funcionários municipais que pintavam a via pública. As vítimas foram mantidas reféns e usadas como escudos humanos.

Um policial militar, de 32 anos, ficou ferido gravemente no abdômen no confronto com os criminosos. Um vigilante que trabalhava no momento do ataque também teve ferimentos.

Na BR 101, a quadrilha ateou fogo um caminhão na saída do túnel do Morro do Formigão, em Tubarão, para bloquear a rodovia. Miguelitos foram espalhados no trecho. Logo após a fuga da quadrilha, quatro pessoas foram presas em flagrante por furtarem em torno de R$ 810 mil em cédulas de reais, que ficaram espalhadas na rua.

O comandante do 9º BPM da Polícia Militar, tenente-coronel Cristian Dimitri, destacou a envergadura do ataque e o uso das armas empregadas pelos criminosos. “É um tipo de armamento não comum. São munições de fuzil calibres 556 e 762, além de calibre 50. São munições de alto poder bélico, utilizado em guerra, munições supersônicas”, destacou à imprensa da região.

Já o delegado Márcio Campos Neves, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil, declarou que permanece uma incógnita como a quadrilha fugiu após abandonar os dez veículos. “Não sabemos como eles fugiram, mas não descartamos que eles tenham se evadido com um caminhão”, disse. Trata-se de um caminhão caçamba com lona.

BM envia tropas, e Polícia Civil gaúcha troca informações após ataque em Criciúma

As forças de segurança pública de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná estão mobilizadas. A Secretaria Nacional de Segurança Pública, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal prestam apoio.

Pelo Rio Grande do Sul, a Brigada Militar e a Polícia Civil somaram-se às instituições de segurança pública vizinha. A BM enviou tropas do 1º Batalhão de Polícia de Choque (1º BPChq) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), além do Batalhão de Aviação, para a região. No limite entre RS e SC, a Brigada Militar está atuando com o CRPO Serra e CRPO Litoral Norte, além do Comando Rodoviário da BM. Já a Polícia Civil, através da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), troca informações com os colegas dentro de um trabalho de inteligência.

Em Santa Catarina, a Secretaria de Segurança Pública do Estado acompanha a movimentação. Na Polícia Militar, a mobilização envolve o 9º BPM, Batalhão de Polícia de Choque, Batalhão de Operações Policiais Especiais, Batalhão de Aviação, Canil e Polícia Militar Rodoviária Estadual. “A Polícia Militar está empenhada em uma grande operação organizada, para uma pronta resposta nas buscas desses criminosos”, manifestou-se a instituição em nota oficial. O comandante-geral da PMSC, coronel Dionei Tonet, determinou o deslocamento de todas as equipes especializadas da corporação, além do setor de inteligência.

Já a investigação da Polícia Civil está com a Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), sob comando do delegado Anselmo Cruz, tendo apoio de outros órgãos da instituição como a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais, bem como das delegacias da região de Criciúma. O Delegado Geral da Polícia Civil de SC, Paulo Koerich, está pessoalmente na área. “As ações estão sendo desenvolvidas desde a madrugada. Todas as forças estão trabalhando em conjunto para a busca de informações e identificação dos autores deste crime”, afirmou. “Não toleraremos ações delituosas”, assegurou. “Estamos somando esforços”, complementou.

Por sua vez, o Instituto Geral de Perícias de SC mandou várias equipes para Criciúma, incluindo perito criminal, perito criminal bioquímico, papiloscopistas e agentes de perícia para a execução dos trabalhos.  

Informações: Correio do Povo

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