As últimas safras trouxeram desafios e oportunidades para os agricultores de Lagoa Vermelha. As oscilações climáticas em momentos críticos afetaram a produtividade de culturas como trigo. Porém a qualidade da assistência técnica e o manejo adequado foram fatores decisivos para maximizar a produtividade e minimizar as perdas. Em entrevista concedida à Tua Rádio Cacique, Vilson Nadim, servidor da Emater, explicou os diversos aspectos que moldaram a temporada de cultivo na região. 

O trigo, por exemplo, teve uma das maiores áreas plantada da história de Lagoa Vermelha, atingindo cerca de 8.000 hectares, conforme Nadim. Apesar das expectativas iniciais promissoras, as chuvas acima da média durante o período crucial de floração prejudicaram a produtividade, resultando em uma colheita de aproximadamente 40 sacas por hectare — abaixo das estimativas. A qualidade do trigo foi comprometida, com a maioria do cereal destinada à ração animal. 

No caso do milho, com aproximadamente 7.000 hectares destinados ao grão e 1.000 para a produção de silagem, as condições climáticas adversas durante o plantio contribuíram para problemas de germinação e o surgimento de doenças até então pouco comuns na região.  

Nadim disse que, por outro lado, a soja, o carro-chefe da região com 48.000 hectares plantados, enfrentou uma pequena escassez de chuvas no final de dezembro do ano passado. No entanto, a eficiência dos produtores no controle de doenças, a escolha de variedades adequadas e o uso de tecnologias avançadas de aplicação influenciaram significativamente na produtividade. Na colheita da soja, os resultados variaram amplamente, com algumas variedades mais precoces alcançando até 90 sacos por hectare.  

Fora os desafios enfrentados nas lavouras, os agricultores também viram uma redução significativa nos custos de produção, especialmente devido à queda nos preços dos insumos. Isso trouxe um alívio bem-vindo após uma safra anterior marcada por custos elevados.