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A Petrobras compra a Petrobras

Miguel Debiasi

            A Petrobras é uma empresa de capital aberto ou sociedade anônima, cujo controle majoritário é da União, do Governo do Brasil. Em outros termos, a Petrobras é empresa estatal de economia mista com a participação de acionistas privados. A Petrobras é a maior empresa estatal da União. Por isso, há tanto interesse de vendê-la por parte do atual Governo Federal. Privatizar a Petrobras trará enormes prejuízos à população brasileira.

Em novembro de 2019 o Governo de Jair Bolsonaro colocou à venda a Petrobras através de leilão do pré-sal. O objetivo do governo foi oferecer a Petrobras para 17 empresas consideradas gigantes da economia mundial. Mas, na data do leilão nenhuma empresa multinacional compareceu para comprar ações da Petrobras, a não ser estatais chinesas. A ausência dos grandes grupos econômicos frustrou o mercado mundial e consequentemente levou à desvalorização das ações da Petrobras. O resultado dos leilões do pré-sal foi um fracasso.

O ministro da economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, avalia o leilão: “vendemos de nós para nós mesmos”. “Estou apavorado é com o seguinte: os 17 gigantes mundiais não compareceram. Não vieram”. O fracasso do leilão denuncia a situação do governo brasileiro. Primeiro, Paulo Guedes é um dos responsáveis pelo plano econômico neoliberal do Chile que levou o país à completa falência. Hoje, o Chile está em convulsão social levando o povo às praças protestando contra o governo chileno e exigindo uma nova constituinte nacional. Segundo, o fracasso é espelho do descrédito do governo Jair Bolsonaro diante da comunidade internacional. O mercado internacional não deposita a mínima credibilidade no governo brasileiro que se elegeu porque o atual ministro da justiça, ex-juiz Sérgio Moro impediu de forma inconstitucional o ex-presidente Lula de concorrer às eleições.

O fracasso pela não venda dos poços de petróleo e ações da Petrobras não pode ser atribuído ao socialismo ou ao comunismo que exigem controle da economia por parte do Estado. Muito menos deve ser atribuído ao governo da esquerda que há cinco anos não governa o Brasil. O fracasso tem nome e rosto, Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. Pois, passado um ano de governo a economia está estagnada. O pífio crescimento da economia brasileira deve-se à China, maior país comunista e a nação mais populosa da Ásia Oriental, devido à peste suína obrigando-se a abater todos os porcos e a importar soja e carnes. Então, o fracasso da não venda da Petrobras deve-se ao próprio capitalismo e à economia neoliberal em profunda crise.

Na avaliação do jornalista Alex Solnik do jornal pela Democracia, “o megaleilão do governo federal pariu um rato”. Quem saiu mais forte do leilão foi a própria Petrobras que arrematou sozinha a Itapu, por R$ 1,7 Bilhões, tantas vezes desprezada pelo atual governo federal e pela grande mídia nacional. Ainda, em consórcio com as estatais chinesas CNOOC e CNODC – 90% da Petrobras e 10% da China arremataram os poços de Búzios, a segunda melhor área de petróleo. De quatro bacias de petróleo de Santos, duas foram adquiridas pela Petrobras e outras duas não tiveram interessados. O analista de mercado financeiro Artur Araújo avalia que empresas multinacionais boicotaram o leilão por uma razão: “instabilidade do governo Bolsonaro assustou as petroleiras do mundo”.

Portanto, o leilão da Petrobras manifesta o que de fato se passa no Brasil, a insegurança política, econômica e governamental. Na compreensão dos investidores internacionais investir no Brasil é um grande risco. Nenhuma empresa investirá bilhões de dólares em país de completa insegurança política, gerada pelo próprio governo e pelos grupos econômicos que financiaram o golpe parlamentar de 2016. Assim, a não venda da Petrobras é frustrante para o governo Jair Bolsonaro, mas sumo bem para o desenvolvimento econômico e humano da União.

 

 

 

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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