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Talian: Primeiros resultados de pesquisa mostram que dialeto continua dominante em Garibaldi

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O estudo inédito foi realizado no bairro Alfândega e na comunidade de Marcorama

Créditos: José Carlos Cichelero/Rádio Garibaldi
Foto: Divulgação

A professora Graduada e com Mestrado em letras, Camila Barili, finalizou em dezembro de 2022 a primeira etapa da pesquisa sociolinguística sobre o Talian, para sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os primeiros resultados mostram que o dialeto segue sendo falado com frequência, tanto no interior como na área urbana de Garibaldi.  

O estudo inédito foi realizado no bairro Alfândega, onde 406 pessoas foram entrevistadas, e na comunidade de Marcorama, interior de Garibaldi, onde 130 pessoas participaram da entrevista. Os dados mostram que 98% das pessoas residentes na área rural seguem falando o dialeto junto do português. Já na área urbana, 75% dos entrevistados utilizam o Talian para se comunicar além do português.  “O estudo mostrou que diferentemente de outras regiões, o Talian não está em rápido declínio em Garibaldi. As pessoas ainda têm essa preocupação de cultivar hábitos e manter a cultura local. Pude perceber também que é uma língua familiar, principalmente na área urbana, mas no interior ela se estende a amigos também”, afirmou.

Segundo Camila, as pessoas residentes no interior utilizam mais o dialeto para se comunicar em sociedade. “Apenas moradores de Marcorama parecem utilizar o idioma em práticas sociais, o que não acontece na área urbana. Fui em uma rua da cidade que todos eram bilíngues, mas não falavam entre si (risos). É interessante notar que a maioria dos bilíngues são idosos, mas muitos adultos e jovens ainda falam, mostrando o interesse em manter essa cultura. Pode ser que no futuro isso se perca, mas a pesquisa é importante para mostrarmos a importância desse dialeto e de se criar políticas que valorizem isso”, comentou.

Sobre a importância de serem criadas alternativas para manter o idioma vivo, a professora afirmou ser essencial a criação de mecanismos que incentivem a fala do Talian. “É importante pensarmos novas alternativas políticas ou incentivos do governo para manter o dialeto. A visão do Talian tem mudado, pois antes as pessoas achavam feio falar, mas agora é um fato valorizado. Por isso precisamos achar um jeito de mantê-lo”, declarou. 

Agora, os próximos passos da pesquisa servirão para analisar as situações em que as pessoas ainda usam o Talian e descobrir como os falantes enxergam o dialeto e se isso influencia o seu uso e alguma forma. A conclusão do estudo está prevista para o fim de 2024.

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