O que você faria se há décadas a frente de sua casa fosse um depósito de entulhos, lixos e animais mortos? Deixaria assim para a eternidade ou tomaria uma atitude para mudar esse fato?

A moradora da Rua Vacaria, no bairro Missões, Edair Borges Leite, a Téka, tomou uma atitude. E hoje, dois anos e meio depois, no espaço que antes significava um depósito de tudo o que não prestava mais, hoje está um jardim.

"Foi muito cansativo, resolvi dar uma de louca e não deixar mais ninguém colocar lixo ali, ficava muito ruim pra mim, tinha que almoçar de porta fechada pois o cheiro de animal morto contaminava tudo", contou Téka em entrevista para a Tua Rádio Cristal.

Conforme a moradora da casa número 944, a principal dificuldade foi fiscalizar e não deixar que ninguém deixasse entulhos lá, de dia e de noite. "Antes de ir deitar eu dava uma olhada pela janela e se acordasse de madrugada, eu voltava a olhar, eu era uma guarda do local", contou.

Para ela, houve muita indisposição com as pessoas, na hora de dizer para não colocarem lixo lá, mas que sem isso, o depósito continuaria da mesma maneira.

"Tive que dizer muito não. E meio que foi intuitivo. Eu me lembro da primeira vez que disse não, foi um dia depois do recolhimento, o local tava limpinho, e vi um vizinho descer com seu carrinho de mão para deixar lá. Quando ele levantou o carrinho, eu gritei 'não, não bota o entulho aí, deixa na frente da sua casa'", lembrou Téka.

Segundo Téka, moradores de fora do bairro vinham com caminhonetes deixar seu entulho ali, ou animais mortos. Ela lembrou que um vizinho fez uma reforma e deixou sua casa antiga inteira naquele espaço, o que foi a gota d'água.

Dando dica para o restante da comunidade, Téka disse que precisa ter motivação e apoio. "Tem que fiscalizar e não ter medo de dizer não, se todo mundo fizer sua parte, pensa na cidade linda que teremos", finalizou.