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Valorizar a educação

Miguel Debiasi

Estudar é um direito de todos. A educação proporciona impacto positivo em todas as dimensões da vida. Pela educação é possível superar situações de violência e banir atos que são verdadeiros atentados contra a vida. É necessário apostar no poder da educação, no acesso ao estudo de qualidade.

Ao refletir sobre a realidade da educação do país, vale lembrar que o processo de expansão da rede de escolarização básica teve seu crescimento no início da década de 80. Entre os 65 países avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) o Brasil ocupa o 53º lugar. Alguns dados são preocupantes sobre a realidade da educação, como apenas 0,6% das escolas brasileiras terem infraestrutura próxima da ideal para o ensino. Projeta-se como estrutura ideal ter biblioteca, laboratório de informática e de ciências, quadra esportiva, dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades básicas. Outros números estatísticos: em 2012 o índice de analfabetismo era de 8,7% e diminuiu para 8,3% em 2013; apenas 11,3% dos brasileiros têm curso superior completo; a média salarial dos professores brasileiros equivale a 51% do valor de outros profissionais. Nas últimas décadas, com o surgimento de universidades particulares e do crescente incentivo através de políticas públicas, os cursos de pós-graduação atingiram índices de 11% de crescimento. Frente aos dados, há que indagar por avanços e por evolução do nível da educação.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, afirma que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Além de ser um direito fundamental, um elevado nível de educação corrobora com o desenvolvimento econômico, social, cultural e político de uma nação e garante condições ao indivíduo de conquistar melhores padrões de vida pessoal. Na opinião da socióloga e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC), Sandra Unbehaum “perguntar a importância da educação é como perguntar qual a importância do ar para nós. É pela educação que aprendemos a nos preparar para a vida”. Certo é que o acesso à educação de qualidade precisa ser capaz de assegurar para os indivíduos outros direitos e as condições de superação de tantos desmandos contra a vida. É preciso apostar e investir recursos para que um verdadeiro processo de aprendizagem traga ganhos pessoais e coletivos. Sabido é que quanto maior for o nível de educação maiores serão os benefícios para todos.  

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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