“O Presídio Regional de Passo Fundo é uma bomba relógio”
Diretor da casa prisional reafirma que 40% dos presos são provenientes de Marau
Frente às rebeliões deflagradas desde os primeiros dias de 2017 em presídios do país, a população teme por novos motins, sobretudo em municípios onde há casas de detenção instaladas. Para os marauenses, o interesse maior recai sobre o Presídio Regional de Passo Fundo, onde, segundo o diretor da instituição, Renato Garlet, cerca de 40% da população carcerária é detida em Marau.
Segundo o diretor não há como prever qualquer ação interna dos detentos. Garlet concorda, no entanto que há o risco, mas destaca que há agentes preparados para contingenciar possíveis reações dos presos: “Tudo pode acontecer. O Presídio Regional de Passo Fundo é uma bomba relógio. Mas temos servidores treinados para enfrentar situações mais críticas, além do grupo de operações especiais da Susepe, que tem condições plenas de intervir quando necessário” – ouça a entrevista no player de áudio.
Com estrutura antiga, o Presídio Regional de Passo Fundo abriga 664 presos em engenharia adequada para apenas 307 detentos. O efetivo funcional, atualmente, é formado por 48 servidores. O ideal, de acordo com o diretor, seria de aproximadamente 120. A instituição já solicitou que tão logo seja possível, o estado amplie o número de policiais. Mesmo assim vem sendo possível cumprir cerca de 99% das pautas de audiências agendadas, sempre, para o período da tarde. A casa também encaminhou projeto para reformas da rede elétrica e nas celas, mas reconhece que pela situação financeira do governo gaúcho, as medidas podem tardar a sair do papel.
Sobre a existência de facções no presídio de Passo Fundo, Garlet disse que embora o monitoramento ocorra, até o momento, nenhuma evidência foi constatada. Os crimes associados ao tráfico de drogas continuam no topo dos delitos de maior incidência e, conforme o diretor, desencadeia tantos outros como furtos, roubos e homicídios. Renato Garlet confirmou ainda, que o marauense, Eduardo Sitta, continua foragido e qualquer informação sobre o paradeiro do jovem deve ser comunicada à polícia. Eduardo é um dos nove detentos que, em março de 2016, conseguiram escapar do pátio do presídio por meio de um buraco aberto no muro. Oito deles foram recapturados.
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