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Conflito de Gerações

Miguel Debiasi

As diferentes gerações podem conviver em harmonia? É possível quando as gerações buscam dialogar e valorizar as diferenças como elemento positivo nas relações. Nunca antes na história viu-se tamanha disparidade e conflitos entre as gerações como no presente. Define-se geração como um grupo de indivíduos nascidos na mesma época, influenciados por um mesmo contexto. Recentemente foram publicados estudos que classificam as cinco gerações existentes na atualidade. As gerações identificadas são a dos veteranos ou tradicionais, a dos Baby Boomers e as X, Y e Z. A seguir são listados alguns elementos que podem ser destacados na caracterização das gerações. Constatar as diferenças corrobora para a superação dos conflitos.

A geração dos veteranos ou tradicionais é a dos indivíduos nascidos entre os anos de 1922 a 1945. Nascidos em tempo de Guerras Mundiais, fator determinante para a vida disciplinada, rígida, submissos à hierarquia, ao amor à pátria, ao trabalho, aos valores, ao compromisso, à lealdade, têm a religião como valor absoluto. A geração dos Baby Boomers (explosão de bebês) é formada pelos nascidos entre o período de 1945 a 1965. São indivíduos tidos como otimistas em relação à civilização. Por isso, lutaram contra as ditaduras, os poderes tiranos, valorizam a profissão, o empenho pelo bem-estar pessoal e são sólidos nos valores e nas ideias.

A geração X é a dos indivíduos nascidos entre os anos de 1965 a 1977. São céticos, politicamente apáticos, refletem as perdas e as frustrações das gerações anteriores. Por isso, buscam equilibrar valores pessoais e sociais, e apostam nas novas tecnologias. Os da geração Y, nascidos entre 1977 e 2000, são indivíduos otimistas em relação ao futuro, comprometidos em mudar o mundo, engajados em lutas sociais, acompanham as inovações tecnológicas e valorizam a competência e não a hierarquia. Quanto aos nascidos após o ano 2000, a grande nuance dessa geração é zapear. Daí a classificação como geração Z. Conhecem o mundo, a vida, as coisas e as pessoas pelo computador, pelos chats e pelo telefone celular. Mudam de opinião e de projetos e adaptam-se aos novos tempos sem resistências.

O mercado de trabalho acredita que o conflito de gerações pode comprometer empresas, empreendimentos e futuros negócios. Frente a isto, cursos, treinamentos e estudos são oferecidos para a superação dos problemas. Por conseguinte, o conflito entre gerações não é de todo ruim. Ter ideias e opiniões diversas é algo fundamental para as mudanças. Discordar sobre alguma coisa, projeto ou valores é saudável. Os conflitos acontecem quando não se sabe aproveitar as divergências para propor avanços. Então, ouvir pessoas de idades diversas e opiniões contrárias reforça o espírito de aproximação e de harmonia e pode colaborar para a evolução de empresas e da sociedade como um todo.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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