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Amar é deixar partir

Neusa Picolli Fante

Amar profundamente também é deixar partir. Vai muito além do cuidar, proteger, é muito mais intenso, mais verdadeiro, mais abrangente, mais valoroso do que querer a pessoa próxima, de ser visto, notado e até valorizado por esta pessoa.  

Deixar partir é confiar nos aprendizados passados, construídos ao longo do tempo de convivência. E também acreditar no que foi consolidado daquela relação e principalmente apostar nisso tudo.

Deixar partir pela vida é a mais difícil e elevada forma de amar alguém. É confiar em algo maior, é apostar no crescimento seu, do outro, enfim da vida que que está entre ambos.

Deixar partir é despir-se de orgulho, desnudar-se de vaidade, abrir mão do controle, perder o comando, despir nosso ego, mudar o previsto.

Deixar do lado de fora dos nossos dias quem amamos não é tão simples assim, mas se não deixarmos que respirem outros ares, se nutram de novos olhares, sintam diversas experiências, eles nunca saberão seu lugar na nossa vida e muito menos encontrarão um lugar na sua própria vida.

Deixar partir envolve amar que é o retrato da plenitude de uma relação. É nesse estágio que o carinho atingiu uma nova dimensão, sem fronteiras, mas com muita direção. 

Deixar partir é leve, é missão cumprida, bases sólidas firmadas... é o gosto de plenitude nos lábios.

 

Sobre o autor

Neusa Picolli Fante

Psicóloga Clínica e Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto. Graduada em Comunicação Social.  Autora do livro Caminho dos Girassóis: Uma abordagem sobre o luto, Dor sem Escuta, Entrelinhas da Vida, Quintais da Minha alma.

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