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Zeli Dambros: o desafio diário da superação

por Jeferson Ageitos

Empresária fala das dificuldades pelas quais passou e diz que investe no voluntariado para que outras famílias não sofram o mesmo

Foto: Jeferson Ageitos

Na infância, ela tinha de caminhar oito quilômetros para ir à escola. “E eu era uma das únicas meninas que ia a pé para a escola porque eu queria continuar estudando”. Na adolescência, sozinha na “cidade grande”, a refeição do dia chegou a ser somente uma maçã. Adulta, começou a trabalhar num ambiente dominado por homens. A palavra da vida de Zeli Dambros poderia ser ‘lamentação’, mas ela fez questão de escolher outra: superação. Desistir nunca esteve nos planos. Nem está.

Foi na década de 1980 que a menina Zeli trocou São José do Ouro, pequeno município do norte gaúcho, onde nasceu, pela próspera Caxias do Sul. “Quando eu tinha 13 anos, meu pai disse: ‘olha, é melhor você alçar voo, como teus outros irmãos’. Aí eu disse que era muito nova para isso. ‘Não, não, você tem de ir’, ele disse. Aí eu mudei para Caxias e fui trabalhar como doméstica”, conta. O dinheiro do trabalho pagava a pensão e os estudos, algo que ela não abria mão. Queria qualificação. Sabia que era importante.

O suor veio acompanhado de resultados satisfatórios. Desde 2009, Zeli comanda uma empresa de locação de materiais para eventos, em Caxias do Sul. Antes, gerenciou franquia de uma empresa de logística internacional e foi secretária, na concorrente do setor. Época em que precisou mostrar que entende o que faz. “Sempre vinha um homem para me substituir. Eu conhecia o serviço, mas ... eu era jovem e mulher. Então, sempre buscavam gente de fora (um homem) para ser meu gerente. Aí a empresa concorrente me chamou para gerência e eu fui. Lá, eu desbanquei todos os clientes da empresa anterior”, relembra.

As dificuldades e desafios diários fizeram Zeli olhar para o lado. Há mais de 20 anos, ela é voluntária em projetos sociais que fazem a diferença da vida de famílias em situação de vulnerabilidade. “Eu tive muita dificuldade para manter meus estudos e me alimentar. Houve dias em que eu tive de decidir: ou eu pegava um ônibus ou comia. Como eu estava acostumada a caminhar muito, eu saia caminhando para poder comer alguma coisa. Teve um dia (que eu nunca vou esquecer) que eu não tinha nada de dinheiro e só uma maçã. Eu passei o dia inteiro com uma maçã. Eu não me lamento, tudo isso me fez forte, mas eu não quero que pessoas passem por isso. Sentir fome é muito duro! Então, quando vejo alguém precisando, eu me comovo, e é de coração. Hoje, eu procuro fazer a minha parte”, afirma a empresária.

Zeli Dambros foi a entrevistada desse sábado (22) do programa Conectado Perfil. Clique no player para ouvir a entrevista completa.

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