Lucas Fernandes, integrante do grupo “Pagode do Mixtura”, natural de Rosário do Sul e que há dois anos está residindo em Garibaldi, sofreu um ato de injúria racial no último domingo, logo após a sua apresentação na calçada da Buarque de Macedo, em frente ao Decisão Tap. Em entrevista à Rádio Garibaldi, Lucas explicou o que aconteceu e está encaminhando medidas jurídicas cabíveis. 

O agressor não foi reconhecido, mas se alguém que estava naquele espaço tem conhecimento do seu nome, pode comunicar ao músico. Enquanto o grupo se apresentava começou a chover, e os integrantes iniciaram o recolhimento dos equipamentos. Após isso, Lucas passou a mão no seu cabelo afro e ouviu um homem dizendo: “não adianta fazer isso, esse cabelo não molha”. O músico foi ao seu encontro e ele reiterou a sua fala afirmando ser uma piada. Após esta situação, um amigo preocupado com uma possível briga segurou Lucas, com o agressor se aproveitando da situação para fugir. 

“A gente está com grupo de advogados que está trabalhando no caso, pessoal do Movimento Negro de Bento Gonçalves já entrou em contato comigo. No primeiro momento eu só queria expressar o que eu tinha sentido, em nenhum momento eu quis levar à questão judicial, mas teve muita repercussão, o pessoal está vendo que isso não é brincadeira, não é mais possível brincar desta situação. Pela repercussão a gente decidiu não deixar quieto. Embora que eu more há pouco tempo aqui, eu fiz muitos amigos e estou me sentindo muito acolhido em Garibaldi, apesar deste fato ocorrido”, desabafou.

Segundo a legislação, injúria racial deve ser considerada como discriminatória qualquer atitude ou tratamento dado à pessoa ou a grupos minoritários que cause constrangimento, humilhação, vergonha, medo ou exposição indevida, e que usualmente não se dispensaria a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou procedência.

Ouça a entrevista completa com Lucas clicando no link "Ouvir notícia".