Um agricultor pobre sempre encontrava tempo para a oração. No começo ou no fim do dia, ou mesmo nos pequenos intervalos entre seus trabalhos. Quase não sabia ler e rezava antigas orações de um velho livrinho que lhe fora dado pela avó. Um dia ou livro desapareceu; fora perdido ou roubado.

Triste e em crise, o agricultor culpava-se pelo fato e perguntava-se como seria a partir de agora sua oração. De jeito nenhum ele poderia viver sem rezar. De noite, não podendo conciliar o sono, descobriu a solução; Deus é inteligente. Vou rezar cinco vezes por dia o alfabeto para que Ele ajunte as letras e forme a oração. E Deus chamou seus anjos e disse: esta foi a oração mais bonita que foi feita na Terra.

O Evangelho nos pede rezar sem cessar. A tarefa parece não ser fácil. Os próprios apóstolos pediram: Senhor, ensina-nos a orar. Os conterrâneos de Jesus sabiam muitas e longas orações. Os fariseus gostavam de orar em voz alta nas esquinas. Jesus ensina aos seus a oração da simplicidade, o Pai Nosso ( Lc 11,2) Síntese do projeto de Jesus, o Pai Nosso estabelece duas coordenadas; a Paternidade divina e a consequência, a Fraternidade humana. Há um só pai e, logicamente, todos somos irmãos.

O Pai Nosso apresenta duas parte. Na primeira delas falamos das coisas do Pai: o Nome, o Reino e sua Vontade Na segunda parte pedimos pelas necessidades dos filhos: o pão de cada dia para todos, o perdão e a libertação de todo o mal.

Porque somos pobres, temos o direito de pedir. Podemos pedir, mas não devemos esquecer a dimensão do agradecimento. Ele sempre ouve nossas orações, mas nem sempre nos dá o que pedimos. Ele dá o que é melhor, o que é mais necessário para nós.

Não podemos ter a pretensão de mudar a Vontade de Deus; nem imaginar que somos mais inteligentes que Ele. Rezamos para perceber qual a Vontade dele para que a possamos realizar. E a sua vontade é que seus filhos e filhas sejam felizes e nos ensina o caminho para isto.

Porque devemos rezar sem cessar, precisamos rezar a vida, fazer de toda a nossa vida uma oração. Feliz o agricultor que rezava o alfabeto, para que Deus formasse as melhores frases segundo sua Vontade e Sabedoria.

Frei Aldo Colombo

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