Secretaria da Saúde se prepara para saída de cinco médicos cubanos de Soledade
Médicos deverão encerrar seu vínculo com o município no fim deste ano; novas vagas foram abertas
Foto: Paulinho Paes/Tua Rádio Cristal
Com o alvoroço causado pelo fim do convênio entre Cuba e Brasil para o programa Mais Médicos, os municípios estão preocupados com a atuação destes profissionais em suas cidades.
Em Soledade, não é diferente. Atualmente, com cinco médicos atendendo a comunidade soledadense diariamente, a Secretaria Municipal da Saúde já está preparada para a eventual saída dos profissionais do município e retorno a seus países.
"É uma situação que nos aflige e estamos correndo para não surtir efeito negativo na comunidade, deixando as pessoas desassistidas. Por isso, o atendimento continua até uma posição oficial, alternativas já estão sendo pensadas", destacou o secretário da saúde de Soledade, Diego Vidaletti, em entrevista para a Tua Rádio Cristal nesta manhã de terça-feira, 20/11.
Ao todo são seis ESFs, unidades de saúde, que contam com cinco médicos cubanos. Dois deles atuam em Soledade há três anos e haviam renovado seu vínculo por mais três e outros três chegaram em 2017 e ficariam por três anos, até 2020.
"Já se abriu um edital para que os médicos brasileiros entrem para as vagas que se abrirão, as cinco em Soledade. Mas o diferencial é que muitos médicos já conhecem a população e isso se constrói um novo pensamento para os novos médicos que virão, de ter essa proximidade com a comunidade igual eles construíram", contou.
Segundo Diego, quando definida a data o município irá providenciar as mudanças. O atendimento será mantido até a posição oficial por parte dos governos, portanto, a comunidade continuará sendo assistida pelos médicos até a confirmação de suas saídas.
"Saída e data oficial ainda não tem nenhuma. Quando tivermos posição, nós iremos anunciar a saída, oficial, deles", declarou.
O secretário pontuou ainda que, por profissional, o município arca com apenas R$ 2,5 mil por cada médico, como são cinco, são R$ 12,5 mil por médico cubano em Soledade sendo o restante do valor pago pelo Ministério da Saúde.
"O diferencial é o atendimento de acolhimento. Tu conversa com os profissionais e tem já a condição de conhecer a comunidade, estar presente no local", declarou Diego.
Sobre a condição deles e formação deles como médicos, os profissionais que atuam em Soledade, segundo Diego, tem aval do Ministério da Saúde para atuarem em qualquer município do Brasil.
"Eu não consigo falar de uma opinião como se fosse uma referência contrária. Temos profissionais que se formam no Brasil e vão para o exterior e podem também ser questionados por isso. Precisamos ter fé no nosso maior órgão de saúde do País, o ministério", afirmou Vidaletti.
Diego finalizou alertando que não acredita que a troca de governo deixará os municípios padecendo sem médicos, por isso, ressalta que esse impacto será federal, sendo que algumas cidades têm 100% de médicos cubanos trabalhando. Até segunda ordem, médicos cubanos continuarão atendendo em Soledade.
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