"Realmente o sentimento é de frustração, a gente tinha programado o nosso contrato até 2020. Infelizmente por conta de desentendimentos entre os nossos governos a gente tem que interromper o nosso contrato. O sentimento é de muita frustração, porque na verdade o povo brasileiro está precisando mesmo da nossa ajuda e do nosso atendimento".

Esse é o relato do médico Cubano, Rodolfo Rodriguez Grillo. Ele estava em Soledade há quatro anos, atendia na Unidade Básica de Saúde do Bairro Ipiranga, mas com o fim do convênio entre Cuba e Brasil para o programa Mais Médicos, os médicos cubanos que atendiam em Soledade estão deixando o município.

Mas ao contrário de demais médicos, Dr. Rodolfo vai permanecer em Soledade. A ligação com o município foi tanta que ele pretende continuar morando na cidade. "Entre meus projetos está ficar aqui, conseguir algum emprego até conseguir fazer meu Revalida e continuar no sistema de saúde, e por enquanto a gente vai ficando por aqui".

Já tendo atuado em outros países como Guatemala, Haiti e Venezuela, Dr. Rodolfo destaca que o período em Soledade foi o de maior atuação e de maior participação social.

"Realmente a gente se adaptou ao jeito de viver do brasileiro e, especialmente, do soledadense. É diferente dos nossos costumes mas a gente se adaptou as condições da cidade que são diferentes das nossas", relatou.

O médico falou sobre o atendimento humanizado que faz tanta diferença. "A gente tem que estabelecer um sentimento de relacionamento, de familiaridade com o paciente, porque no caso as vezes as doenças não são tão graves, mas sim falta de compreensão, de ser escutado, de receber uma frase, um carinho".

"Esse período em Soledade foi uma escola, a gente aprendeu muito. A bagagem de conhecimento que a gente tem agora é muito maior", relatou Rodolfo Grillo.

Ouça o que disse o médico cubano, Dr. Rodolfo Grillo.