Escolher uma profissão nem sempre é uma tarefa fácil. Se identificar com suas habilidades e vencer limitações e desafios diários faz parte de qualquer uma delas, mas muito mais em relação ao ofício de Bombeiro Militar.

O atendimento ao acidente ocorrido na última sexta-feira, 30/08, em que 6 membros de uma mesma família morrerram  chocou todo um país e foi motivo de desabafo e emoção para o Soldado da Corporação de Bombeiros Militar de Soledade, Patrick Dipp da Silva, especialmente no resgate do pequeno Lorenzo Geraldi, de apenas 06 anos.

Em entrevista para Tua Rádio Cristal, Silva enfatiza que o dia a dia de um Bombeiro é uma superação constante, mas quando se trata de atendimentos aos quais crianças estão envolvidas, estes sempre são impactantes, em especial, no seu caso, após ter se tornado pai . "Com o nascimento do meu filho, o pós atender  um chamado, mudou bastante, especialmente por que os pensamentos e a emoção são outros, que foi o que pude descrever através de meu relato".

Quanto a comentários maldosos que surgiram em determinados meios de comunicação, onde a notícia foi divulgada e em relação a se auto-promover perante a uma tragédia, o bombeiro foi enfático.

"Hoje vivemos em uma sociedade extremamente intolerante, em que pessoas se agridem tanto fisicamente como verbalmente e no meu caso não seria diferente. Em meus perfis pessoais nas redes sociais, não vi comentários maldosos e os que vi procurei reponder. Nesta questão, da intolerância procuro nem entrar no mérito".

Para concluir, o Bombeiro salienta o motivo que o levou a entregar sua medalha de formatura para a família do pequeno Lorenzo, em que posteriomente foi sepultada conjuntamente com o corpo do menino.

 "Após todo o atendimento e minha jornada de trabalho, naquele dia eu fui consultar meu facebook e ele estava totalmente trancado devido aos inúmeros comentários. Um que me chamou a atenção foi o da diretora da escola em que o Lorenzo estudava e ela dizia que o sonho do menino era se tornar bombeiro. Além disso, um dos tios da criança que esteve aqui para os encaminhamentos funerais me procurou, quando então tive o estalo de entregar esta medalinha que nunca tirei do plástico desde a minha formatura e então os familiares tiveram a ideia de deixar que ela fosse junto com o Lorenzo".

Patrick Dipp da Silva, desempenha a função de Bombeiro desde os seus 18 anos e considerou que a influência para que seguisse nesta profissão, foi também familiar, já que seu pai Jairo da Silva, serve à Brigada Militar, através do posto de Tenente.