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Atleta do Passo Fundo Futsal, soledadense Túlio Marodin fala sobre acidente e momentos de desespero

por Nayam Franco

Túlio lembrou dos momentos de desespero e impotência após o acidente e da felicidade de estar nos braços de sua família

Túlio lembrou os piores e os melhores momentos, antes e depois do acidente
Foto: Rodolfo Tatim/Tua Rádio Cristal

Com um olhar descrente e uma voz entristecida, o soledadense jogador do Passo Fundo Futsal, Túlio Schuster Marodin falou pela primeira vez após o acidente que aconteceu na madrugada deste domingo, 14/07, em São Borja.

Acompanhado de seu pai, Zeca Marodin, Túlio participou do programa Na Torcida, na Tua Rádio Cristal nesta tarde de segunda-feira, 15/07. Ele contou sobre os principais momentos desde o jogo até a chegada em Soledade.

O jovem jogador contou que estava no planejamento que, logo após o jogo, a equipe voltaria para o hotel onde os atletas iriam se banhar, jantar e na sequência voltariam para Passo Fundo. O que não estava planejado era a derrota por 4 a 0 para o Uruguainense.

"Nós jogamos mal. Tínhamos alguns desfalques, mas o mérito total é da equipe adversária que fez o papel. Não queríamos a derrota, pois já sabíamos que nosso calendário agora seria de difíceis jogos", afirmou Túlio, afirmando ainda que isso desmotivou o time no pós jogo.

Ele lembrou que todos estavam tristes quando entraram no ônibus para retornar. "Todo mundo estava de cabeça baixa, eu via que todo mundo falava com a família sobre a derrota, que não era o que queríamos", lembrou.

Sobre o acidente, Túlio abertamente pontuou tudo o que aconteceu e que ainda lembrava. "Eu tava dormindo e o goleiro Rafa Missio tava jogando carta no fundo do ônibus, mas ele veio pra frente do ônibus onde eu estava e deitou, o que me acordou. Eu mexi no celular, guardei no bolso e não consegui dormir de novo, fechava os olhos, mas não conseguia dormir. De repente começou uma turbulência e a gente só viu a pancada mesmo. Foi terrível, tinha gente voando no ônibus, eu consegui proteger a cara e o banco da frente me segurou, quando eu bati no chão de novo, já estava parado", com a voz emaranhada contou Túlio.

Depois do acidente, o jovem soledadense ficou por algum tempo sem saber o que fazer, zonzo pela pancada. "O Vini (goleiro e amigo de longa data de Túlio) gritou meu nome, me chamando e eu levantei rápido, na hora eu já botei  a mão no celular, aí eu liguei a luz ele abriu a coisa (sic) de emergência e saímos pra fora. Tinha muita gente gritando, subimos no barranco e conseguimos ligar pra emergência, só que não sabíamos onde estávamos, aí um pessoal que estava num carro atrás nos contou onde estávamos e eu acionei todo mundo, o que demorou cerca de 30 minutos pra todos chegarem", pontuou.

Marodin lembrou que foram momentos difíceis quando viram o companheiro e amigo Radaelli no chão. "Quase todo mundo tava bem, mas a gente já sabia que o Radaelli estava em estado gravíssimo, achávamos que ele já estava morto, estávamos tentando abrir o buraco pra retirar ele, mas estávamos desesperados que ele já tinha morrido, não conseguia respirar. Nosso preparador físico colocou a mão para checar os batimentos, e viu que ele não respirava", com voz de pesar, lembrou Túlio.

Ainda triste pela morte de um amigo, Túlio agradeceu a Deus por poder voltar a ver aqueles que ama. "Graças a Deus estamos aí podendo falar e abraçar aqueles que amamos, sei que eles se preocuparam muito ", declarou.

Lembrando de Radaelli, Túlio finalizou dizendo que ele era uma amigo de todos, uma pessoa maravilhosa. "Hoje eu tenho certeza que ele está com Deus, iluminando todos nós", afirmou.

O pai de Túlio, Zeca Marodin, contou ainda que foram horas difíceis até saber o que tinha acontecido, mas graças a Deus pôde abraçar seu filho. "Só tenho a agradecer muitas pessoas ligando pra nós, nos dando um apoio, foi uma coisa que a gente hoje só tem que dizer uma coisa: obrigado, e que Deus nos ajude sempre", contou.

Túlio, por fim, disse que avisar sua família não foi seu primeiro pensamento. "Meu primeiro pensamento era chamar a emergência pra ajudar os outros, estavam precisando mais que eu. Logo quando pude, liguei pra minha namorada e já estava falando com a minha mãe, pois é uma notícia triste e meio que dizer pra ela o que tinha acontecido. Lá no hospital eu liguei pra ela e a tranquilizei", finalizou.

Ouça o que disse o jovem soledadense Túlio Marodin no programa Na Torcida

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