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Diretor técnico do HCR fala sobre a situação atual da pandemia em Marau

por Ana Lúcia Jacomini

A entrevista foi realizada pela assessoria de comunicação do hospital

Guilherme Garcia Vieira
Foto: Divulgação/HCR

O médico Guilherme Garcia Vieira, diretor técnico do Hospital Cristo Redentor, tem acompanhado e estado em linha de frente juntamente a outros profissionais, no diagnóstico e tratamento para Covid 19, no HCR. Mais de seis meses se passaram deste o início da pandemia e os índices de casos, internações, e recuperações foram modificando.  O médico explica isso nesta entrevista.

O senhor havia informado à comunidade acerca do início da pandemia, situação vivenciada em meados de abril. Mais de seis meses se passaram até então. O que devemos considerar nesta trajetória de enfrentamento ao Covid 19, como instituição hospitalar?

Dr. Guilherme: Como instituição hospitalar, podemos dizer que vivenciamos um período de grande dificuldade, mas que conseguimos, dentro das condições que dispomos, enfrentar tudo da maneira mais organizada possível. Temos grandes profissionais em todas as áreas, sejam elas administrativas ou de enfermagem ou médica, que se dedicaram ao máximo para tudo correr bem. Desde o começo tentamos seguir todos os protocolos que estavam sendo adotados mundialmente, bem como todos os tratamentos disponíveis, que eram publicados dia a dia. Recebemos apoio da comunidade, de empresas e da prefeitura municipal, e com essa trocamos informação constantemente, trabalhando junto todo o tempo. Considero que até o momento estamos prestando um atendimento adequado e atualizado para o paciente que possui suspeita de Covid ou a doença confirmada. Tivemos perdas e lamentamos elas, mas cientes de que todo o possível está sendo feito.

Falando do momento atual, agora nos encaminhando para outubro, houve uma significativa redução no índice de internações na ala de isolamento. O senhor acredita que isso se deva a diminuição de casos, ou da falta de procura por testes?

Dr. Guilherme: Na verdade tivemos alguns surtos no município logo que o vírus chegou na cidade. Hoje, encontramos uma estabilidade na frequência de internações. Não posso afirmar que estamos em queda, mas sim que estamos aparentemente num platô, onde o número de internações e de casos confirmados por semana tem pouca oscilação. Quanto ao número de testes, no começo da pandemia Marau já era considerada uma das cidades que mais realizava testagem nos pacientes e no decorrer do tempo, tivemos ainda um aumento significativo de testagem no município. Hoje todos os pacientes sintomáticos e seus contactantes são testados para Covid-19.

Ao que se deve esta estabilidade atingida nos índices de internação?

 Dr. Guilherme: Creio que esta estabilidade atingida se deva a vários fatores. Dentre eles eu citaria a educação da população, que entendeu mais a doença e aprendeu como deve proceder para tentar diminuir a velocidade de contágio, respeitando as medidas passadas pelas autoridades. Podemos citar ainda o fato de termos cada vez mais testagem, fluxogramas de atendimento, protocolos de tratamento e um conhecimento mais aprofundado das formas de apresentação da doença, afinal trata-se de uma doença nova para o mundo inteiro, exigindo cada vez mais estudo e pesquisa.

O que o senhor pode projetar sobre a pandemia para os próximos meses? Acredita como profissional em linha de frente que haverá uma diminuição ainda maior de casos? 

Dr. Guilherme:  Espero que logo tenhamos vacinação disponível e segura para todos. Sabemos que estudos estão em andamento de forma acelerada, mas dependemos que eles apresentem resposta satisfatória antes de ser iniciada a vacinação em massa da população. Quanto ao número de casos, sabemos que a incidência pode ter relação direta com o comportamento da população. Algumas medidas devem ser mantidas para que não ocorram novos surtos, já que em vários locais do mundo ocorreram novos picos da doença, o que poderia ocorrer aqui também. Estamos vivendo um momento aparentemente mais calmo que os meses anteriores, mas temos que ter essa consciência. Lembrando ainda que estamos falando da cidade de Marau, e que não necessariamente representa o que ocorre em toda a região. Os hospitais de Passo Fundo, que são referência para a toda a região, seguem com ocupação elevada e com casos graves da doença, o que justifica ainda mais que continuemos mantendo medidas protetivas, já que são essas instituições que recebem a maioria dos casos graves.

Falando em cuidados e precauções, como as medidas de isolamento e uso de EPI's, vale ressaltar que as pessoas devem manter de forma intensa, ou que poderá haver um "afrouxamento" de medidas?

Dr. Guilherme: A pandemia não acabou, seguimos sem um tratamento definitivo e sem uma vacina desenvolvida que esteja disponível para a população. Os cuidados devem sim ser mantidos, dentre os principais eu citaria o uso de máscaras e evitar aglomerações em locais fechados. Mas acredito também que esse momento mais calmo do município acaba nos permitindo realizar tentativas de retomada das rotinas, mas sempre de forma vigilante e consciente, sabendo que se ocorrer um novo aumento do número de casos, teremos que novamente retornar ao passo anterior e sermos mais rigorosos com as medidas de proteção.

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