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Brumadinho: o relato de quem vive o luto mais de perto

por Camila Agostini

Marauense que mora em Belo Horizonte conta como Minas enfrenta mais uma tragédia com vazamento de rejeitos de minérios

Foto: Arquivo pessoal

O marauense Ricardo Linassi mora em Belo Horizonte há 16 anos. Antes, morou em Marau, com a família. E agora vive bem de perto, o luto instaurado em Brumadinho depois da tragédia do Córrego do Feijão. A lama de rejeitos que assolou a área depois do rompimento da barragem da Vale espalha também medo e tristeza entre os moradores da região e consterna o Brasil e o mundo, com histórias de quem perdeu familiares, amigos e tudo o que construiu ao longo da vida.

A capital mineira fica a 60 quilômetros de Brumadinho. Ricardo conta que conhece a cidade, cercada por serras e outras belezas naturais que, em 2006, passou a sediar o Inhotim, maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo.  Inicialmente, diz Ricardo, toda a população da região metropolitana de Belo Horizonte temia por falta de água e outros mantimentos. No momento, porém, a preocupação, segundo o marauense, é com a qualidade da água, afinal, a lama se move a um quilômetro por hora e não se descarta a possibilidade de atingir o Rio São Francisco.

Ricardo não tem familiares ou conhecidos que sejam vítimas diretas da tragédia. “Mas um amigo, engenheiro, já trabalhou na Mina de Feijão, há anos atrás. Ele fala que o tamanho da estrutura é surreal e que o  volume de rejeitos é maior que se possa imaginar”, relata Linassi.

Ouça a entrevista no player de áudio.

De modo geral o sentimento é de inércia, preocupação e muita desolação. Ricardo, que é músico em BH, afirma que os mineiros ainda sentem o desgaste da tragédia em Mariana, ocorrida há três anos, com o rompimento da barragem da mineradora Samarco. Tão pouco tempo depois, uma nova destruição decorre do que a população acredita ser fruto de descasos.  “O que a gente mais lamenta é pela falta de dignidade que tudo isso causa. Pelos depoimentos, o que se percebe é que muitos cresceram nestas regiões, construíram suas vidas lá. E não adianta dar outra casa para estas pessoas porque o que está soterrado debaixo de toda aquela lama é a história de cada um”, diz Ricardo.

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