A professora Roberta Bassani Federizzi tem uma adaptação audiovisual de uma das primeiras obras infantis que lançou chegando por aí. É o livro “Panocina: a boneca de milho”, lançado em 2013 e que, agora, faz sua reestreia como uma contação de histórias adaptada em vídeo. 

O lançamento acontece nesta terça-feira, 02/04, a partir das 9h30, na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Monteiro Lobato, Bairro São José Operário de Marau. “A proposta é de que, tão logo ele esteja pronto, ele possa ser disponibilizado às mais variadas instituições educacionais, sociais e culturais”, explica a escritora Roberta Bassani Federizzi. 

O projeto deve transitar por Marau. “Primeiramente, então, às escolas, também, nós temos, no nosso projeto, contemplar o AABB Comunidade e o grupo do Lazer e Convivência de Marau. Mas, depois, ele vai ficar na rede, ele vai ser disponibilizado a todos aqueles que tenham interesse de propagar esse trabalho.” 

De panocia a Panocina 

O livro é baseado nas vivências da autora. “Traz histórias da gente enquanto criança, que tinha poucos brinquedos e criava os nossos próprios. Como eu, seguidamente, ia na casa da minha nona e, lá, havia milharal, a gente brincava com as panocias, que é espiga de milho em italiano. Como as panocias têm aqueles cabelinhos, vamos dizer assim (é engraçado o termo), eu brincava e enrolava os paninhos nas panocias, dando a ideia de serem bonecas.” 

A adaptação chegou por meio da Lei Paulo Gustavo. “Achei que enviar um projeto, para que pudesse se fazer uma gravação, uma filmagem, um audiovisual, contando a história de uma forma bastante lúdica, seria um projeto bacana.”  

De acordo com Roberta, essa é uma forma de socializar ainda mais as memórias dessa época. “Esse livro foi publicado há mais de dez anos e, seguidamente, eu vejo professoras, especialmente da cidade de Marau, utilizando minha história, desenvolvendo atividades com as crianças. Isso, normalmente, voltado quando se fala de Marau e da cultura italiana.”  

Debulhando histórias de bastidor 

Com o Página Rosa, Roberta compartilhou uma das edições do vídeo – e já foi possível dar uma primeira olhada na adaptação. Um trabalho teatral, ele tem duas formas dramáticas em destaque: o teatro de bonecos e o teatro musical.  

O primeiro é o nome dado à expressão artística que usa marionetes, figuras ou, como é o caso aqui, fantoches para contar uma história. Ele tem os primeiros registros no Egito Antigo e é muito utilizado na educação infantil, para simplificar conteúdos. “Os meus personagens, são três: a Bianca, que é a menininha, a Panocina e a Nona Rosina. Os bonecos foram feitos pela artesã Tatiana Falquembach, que é uma artista aqui de Marau.” 

Já o teatro musical é uma variante que usa a música para expressar sentimentos e pensamentos que seriam falados no teatro tradicional – aparecendo de forma similar ao coro tradicional italiano trabalhado pelos corais do município, como o Alegria Franciscana, do qual a Roberta faz parte. “Interpretação musical minha e da Maura Helena De Carli, onde nós trazemos músicas folclóricas infantis italianas.” 

A lista de colaborações para o audiovisual não para por aí: Serginho Souza assina a filmagem, edição e sonoplastia, enquanto a direção teatral é do professor e ator Marino Otávio Azevedo. O trabalho, ainda, tem ilustrações de Samara de Lima Lopes, responsável pelos desenhos de “Panocina: a boneca de milho”. 

As gravações valorizam os ambientes da cultura no município. “Esse trabalho foi desenvolvido, então, na Casa da Cultura de Marau no dia 29/02, ali foram feitas as filmagens, conta com o cenário que é da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, cenário que foi utilizado para o Grupo de Teatro Municipal para a peça ‘O Mágico de Oz’ e foi todo adaptado para que esta contação pudesse ser filmada nesse espaço tão rico.”