Dia do Apicultor: profissionalização é fundamental para a atividade
Data comemorativa é neste domingo, 22/05
No próximo domingo, 22/05, é comemorado o Dia do Apicultor. A data faz referência a Santa Rita de Cássia, conhecida como a padroeira dos apicultores. A apicultura é uma atividade viável às pequenas propriedades rurais, contribui significativamente para a polinização de culturas agrícolas como frutas, verduras e grãos, possibilita a diversificação de renda das famílias, além de auxiliar na preservação do meio ambiente. Embora considerada uma atividade complementar na maioria das propriedades rurais, a apicultura exige capacitação técnica dos produtores, visando tornar a atividade mais eficiente.
O extensionista rural e assistente técnico regional da Emater, Vivairo Zago, destaca que nas propriedades rurais assistidas pela Instituição na região administrativa de Soledade a apicultura é realizada, em sua maioria, em propriedades familiares, sendo a apicultura complementar a outras atividades como a bovinocultura de leite e produção de fumo, por exemplo. O extensionista frisa que a capacitação técnica dos produtores é fundamental para obter melhores resultados.
“A apicultura vem muito bem como uma atividade geradora de renda nas propriedades familiares, mas os produtores precisam se capacitar, fazer cursos, aprender e melhorar questões como produtividade, através do monitoramento e manejo das colmeias durante todo o ano. Além disso, a estrutura para a produção de mel é importante: equipamentos apícolas, local para extração de mel, acesso e transporte até os apiários. Embora não seja a primeira atividade produtiva em muitas propriedades, se ela for tratada como uma atividade profissional terá melhores indicadores”, comenta.
A Emater, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), promove cursos e dias de campo voltados para apicultores e agricultores que possuem interesse em investir na atividade. “A Emater tem um trabalho expressivo com apicultores em vários municípios que consiste na assistência técnica e na capacitação desses produtores, por meio da realização de cursos e reuniões técnicas voltadas a toda a cadeia produtiva da apicultura, da produção à comercialização”, destaca Zago.
Em algumas regiões ou municípios onde as culturas anuais predominam e ainda há utilização de agroquímicos de forma desordenada a apicultura é um grande desafio, pois alguns princípios ativos de inseticidas utilizados no manejo de pragas afetam os enxames, muitas vezes causando a morte. “Por outro lado percebe-se um avanço nessa questão, com redução de casos, mas sempre ocorre”, comenta.
Zago observa que um aspecto importante quanto a comercialização é o fato do mel ser pouco consumido pelos brasileiros, sendo a média de 60 gramas por habitante. “Precisamos trabalhar estratégias para elevar o consumo interno de mel, considerando que o mel é um alimento e não somente remédio, como entendido por boa parte da sociedade”. Uma alternativa citada pelo extensionista é a inserção do produto no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
A exportação de mel é importante para estabilização dos preços e da demanda, no entanto a exportação não tem uma regularidade. “Esse cenário causa instabilidade da comercialização do produto. Agora estamos vivendo um momento de exportações em baixa. Enfim, no quesito comercialização o desafio é vender o mel produzido com valor viável”.
Devido às suas características, a maioria das propriedades familiares possui perfil para desenvolver a apicultura, já que dispõem de áreas de reserva, Área de Preservação Permanente (APP), pastagens, florestas plantadas, frutíferas, hortaliças e culturas anuais. Essas áreas possuem inúmeras espécies melíferas que contribuem para alimentar as abelhas e produzir mel.
Estiagem afetou a produção gaúcha
A estiagem que provocou quebra de safra em diversos tipos de culturas, também prejudicou a produção de mel no Rio Grande do Sul em comparação com o ano passado. Inicialmente se trabalhou com a expectativa de uma safra semelhante a de 2021, mas está se observando que houve redução, em alguns casos chegando à 50%.
A Federação de Apicultura do Rio Grande do Sul (Fargs), em contato com as associações de apicultores, realizou um levantamento nas duas primeiras semanas de maio e está trabalhando com uma redução de até 50% de produção em relação ao ano passado. Os dados de produção de mel para 2021 ainda estão sendo computados pelo IBGE. Em 2020, o Rio Grande do Sul produziu 7.467 toneladas métricas de mel.
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