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Expodireto Cotrijal define tendências do mercado agrícola em 2022

por João Pedro Varal Tartari

A Tua Rádio Alvorada esteve presente e traz as principais tendências para as próximas safras

Foto: João Pedro Varal Tartari/Tua Rádio Alvorada

A Expodireto Cotrijal encerrou nesta sexta, 11/03, após cinco dias de exposição e debates sobre as principais tendências do agronegócio na região para os próximos meses. A previsão inicial de público era de que passassem pela feira de 250 mil a 260 mil pessoas.

Na quarta, 09/03, por volta das 12h, o número médio era de 70 pedestres entrando pelo principal acesso ao parque da feira em Não-Me-Toque a cada minuto. Segundo dados divulgados em coletiva à imprensa, 263 mil pessoas passaram pelo parque, número 3% maior que o da última edição, ocorrida em 2020. Em entrevista à Tua Rádio, o presidente da Cotrijal Nei César Manica confirmou que o movimento estava muito positivo. “Eu acredito que esse público poderá se repetir dos anos anteriores”, afirmou. 

Manica também se posicionou a respeito da principal preocupação dos produtores, trazida em diversos momentos da feira: a estiagem. “Nós precisamos é trabalhar a tecnologia, trabalhar a inovação, trabalhar a captação de água”, comentou, dizendo que a Expodireto receberia uma audiência para trabalhar o assunto no último dia da feira, 11/03. 

Manica também se posicionou a respeito da principal preocupação dos produtores, trazida em diversos momentos da feira: a estiagem. “Nós precisamos é trabalhar a tecnologia, trabalhar a inovação, trabalhar a captação de água”, comentou, dizendo que a Expodireto receberia uma audiência para trabalhar o assunto no último dia da feira, 11/03. 

Abaixo, estão separados os principais assuntos debatidos.

Estiagem

A escassez de água esteve presente nas mais diversas pautas abordadas ao longo da 22ª edição da Expodireto Cotrijal. O assunto teve destaque em uma audiência pública realizada na sexta, 11/03, entre as comissões de Agricultura do Senado e da Assembleia Legislativa do RS. O debate foi coordenado pelo senador Luis Carlos Heinze (PP) e contou com a participação de deputados estaduais, deputados federais, universidades, além de representantes de entidades governamentais e não governamentais.

Entre os destaques da audiência, estiveram a importância da proteção de nascentes e de recuperação de bacias, principalmente por parte do Instituto Espinhaço de Minas Gerais-MG. Já a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) reforçou que a seca não iniciou em 2022, mas faz parte de um problema cíclico do estado. “Precisamos avançar em questões fundamentais, como o armazenamento de água e a irrigação, que são problemas não tão fáceis de se resolver”, destaca. 

Soja

Principal cereal produzido na região, a soja também foi uma das safras que teve a maior queda. De acordo com os dados divulgados pela Emater/RS-ASCAR na última terça-feira, 08/03, as estimativas caíram de 19,9 milhões de toneladas de grão colhidos para 9,5 milhões toneladas, totalizando uma variação de -52,1%.  

Segundo o consultor de desenvolvimento de produto na Ihara, Rudimar Spannemberg, o impacto vai ser sentido pela indústria, mas o problema maior estará nas mãos do produtor. “Hoje, a nossa indústria na região está dimensionada para esmagar soja e produzir óleo dentro de uma quantidade", explica, complementando que "a matéria prima, ela pode ser suprida pela vinda de outros estados dessa para a nossa indústria". Contudo, ele afirma que o produtor "está perdendo essa receita, essa fonte primária de dinheiro, e que, certamente, vai impactar muito o nosso comércio local". 

Rudimar alega que uma seca como a que assolou o estado não ocorria desde 1974 e que o produtor precisará de uma visão empresarial para superar a crise. "A soja está remunerando bem, mas o que o produtor pode fazer para os próximos plantios?" 

Para o consultor, a resposta está separada em três eixos principais: a obtenção de um sistema de irrigação, a realização de uma boa cobertura de solo e o investimento na safra do trigo. "Quem tiver a possibilidade de adotar um sistema de irrigação, vai, certamente, não ter esse problema nas safras futuras", explica, destacando a importância de se atentar para a questão financeira neste caso. 

Já o segundo tópico exige uma atenção especial, que deve ser iniciada já ao longo deste inverno. "Uma boa cobertura de solo, que tenha uma palhada, que fique, é uma cobertura que vai minimizar a evaporação dessa água presente no solo, então a planta vai sentir menos." 

Quanto ao trigo, Rudimar explica que o grão passa por um processo de valorização com o conflito entre Ucrânia e Rússia, já que os países são grandes exportadores da cultura. "Então, o produtor tem que começar a olhar, agora, para frente, num horizonte, e pensar que o trigo é uma alternativa para ele ter uma receita", comenta. "Nós já fomos um estado altamente produtor de trigo e, hoje, nós temos uma área ávida por ter esse cereal de volta no campo." 

Trigo

De acordo com o integrante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Trigo, Luciano Lombardi, a expectativa é que ocorra um aumento na área semeada de trigo neste inverno. “A gente está ouvindo relatos de muitos produtores da região, do Rio Grande do Sul, e a expectativa desses produtores, sim, é adquirir sementes e cultivar o trigo, agora, durante a safra de inverno”, explica.

Outra novidade que chega para a cultura do cereal é uma “variedade cultivada” (cultivar) específica para a produção de pasto, lançada pela Embrapa na edição da Expodireto. “Para o produtor de leite, para o produtor de gado de corte, que utiliza cereais para pastejo, essa cultivar vem para suprir uma demanda”, conta, complementando que “comparando com a cultura de aveia, ela consegue ofertar forragem antes do período que a aveia ofertaria”. 

Leite

O 17º Fórum Estadual do Leite foi um dos destaques de público da Expodireto Cotrijal, lotando o Auditório Central do parque de exposições na manhã da quarta-feira, 09/03. Participaram profissionais das áreas de gestão, economia, veterinária e agropecuária, que destacaram o aumento do consumo e da produção do leite. 

De acordo com dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentados no Fórum, entre 1998 e 2019 houve um aumento de 37 L no consumo do líquido por habitante. Em comparação, o consumo de carne bovina caiu no mesmo período. 

Os palestrantes também destacaram o risco que as mudanças climáticas podem trazer à produção de laticínios. Isso acontece porque as alterações no clima, como a que se manifesta através da estiagem que atinge o RS atualmente, afetam a produção de grãos e, como consequência, a de leite. Na análise do diretor executivo da Viva Lácteos e um dos palestrantes, Gustavo Beduschi, isso deve fazer com que mercado do leite se torne ainda mais tecnológico, focando em sustentabilidade e transparência. 

Outro destaque foi o posicionamento do produtor de leite frente aos consumidores e à imprensa. Todos os palestrantes concordaram que o setor segue sendo um bom negócio e que é importante que essa informação chegue ao público por meio dos canais de comunicação, como forma de tirar a imagem de pobreza do pecuarista. 

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