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Diretora da Soama diz que denúncia contra entidade por maus tratos de animais tem cunho pessoal

por Vania Cassol
Foto: Divulgação

Neste fim de semana, o Movimento Gaúcho de Defesa Animal, MGDA, divulgou nas redes sociais o ingresso de uma ação civil pública e uma petição on-line denunciando maus tratos contra animais atendidos pela Sociedade Amigos dos Animais, Soama, de Caxias do Sul. Na publicação uma série de fotos e o questionamento sobre a estrutura da chácara, a equipe de trabalho e a relação com voluntários e os próprios interessados na adoção. De acordo com a advogada da entidade, Sandra Royo, a dificuldade de relacionamento com a Soama iniciou em 2012 quando a entidade teria realizado eleições irregulares.

O MGDA solicitou em liminar o afastamento da atual diretoria, esta foi indeferida, mas o processo segue tramitando na justiça. A diretora marketing da Soama, Natasha Valente, reconhece que as dificuldades financeiras não permitem uma estrutura melhor para os cerca de 1,5 mil animais acolhidos. Ela diz que o processo parte de uma situação pessoal.

Abaixo o texto divulgado pelo MGDA:

MAUS TRATOS E CRUELDADE EM CANIL DE ONG

O MGDA recebeu uma séria denúncia de um grupo de protetores de Caxias do Sul, sobre a situação de crueldade e maus tratos em que vivem os animais mantidos no abrigo da SOAMA.

A superlotação, a escassez de funcionários (apenas 6 para tratar 1600 animais), a proibição de ajuda de voluntários, o descaso da diretoria e do medico veterinário responsável técnico, a falta de higiene, a má distribuição dos animais, a demora no atendimento, ou o não atendimento de animais recolhidos, ou mesmo os que já vivem lá, o que resulta em sofrimento, doenças crônicas e óbitos.

Além disso, a maioria dos animais vive durante anos presa a correntes curtas com menos de um metro cada uma, o que ocasiona estresse, doenças derivadas desse, inquietação, e algumas vezes agressividade. Muitos deles estão magros, apresentam sangue nas fezes, secreções nasais e oculares, indicando urgência de tratamento, o que não acontece. Funcionários informam a situação ao médico veterinário, mas são proibidos de levar os animais para atendimento, apenas se o veterinário mandar buscar, o que em geral não acontece.
Também aqueles que poderiam ser adotados, estão acorrentados entre tantos outros que não tem condições de adoção por portarem doenças de pele, tumores, doenças neurológicas, mas todos esquecidos do mundo e daqueles que se propuseram ajuda-los.

O descaso se reflete na falta de interesse em encaminhar animais para adoção (a sede da SOAMA só recebe pessoas interessadas em adotar em três dias por semana e apenas durante duas horas). Não são realizadas feiras, nem parcerias com outras ONGs, que já se propuseram em ajudar.

Os animais recebem água e comida sem as devidas condições de higiene. A ração do dia é colocada sobre os restos de dias anteriores gerando desperdício de alimentos e proliferação de ratos , vermes e parasitas que acabam infectando os animais.

Os animais em tratamento também estão sofrendo, pois não tem sequer um jornal para deitar. Mesmo doentes são obrigados a dormir no piso gelado. Também não existe controle sobre os prontuários, medicações administradas e frequência das medicações. Os paraplégicos se arrastando em ambiente não higienizado, uma vez que o Diretor Médico Veterinário não autoriza que seja lavado todos os dias o local onde estão abrigados, ou acorrentados em piso áspero, o que causa lesões nos membros por se arrastarem. Há casos de animais com a genitália decepada por atrito contra o solo.

Infelizmente as denúncias não se esgotam aí, e todas acompanhadas de fotos e testemunhas. O que está acontecendo na sede da SOAMA é um flagrante desrespeito à vida e à dignidade dos animais. Estão lá negligenciados, esquecidos, muitos apodrecendo em vida, sem a mínima chance de sair daquela prisão.

Diante dos fatos, o MGDA ingressou com uma Ação Civil Pública, pedindo o afastamento da atual diretoria da SOAMA e a nomeação de uma comissão de voluntários da defesa animal de Caxias do Sul, ou, se o juiz entender mais apropriado, a nomeação de um interventor.
O que não se pode mais admitir é a situação atual de abandono e crueldade em que vivem esses animais.

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