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44% dos brasileiros não têm recursos para situação e emergência

por Andressa Boeira

Os brasileiros são os mais vulneráveis da América em caso de emergência: 44%, ou mais de 70 milhões de pessoas acima dos 15 anos, consideram impossível levantar cerca de R$ 2.500,00 em uma situação de necessidade extrema, segundo levantamento do Banco Mundial - para possibilitar comparações, o órgão usou uma quantia relativa, equivalente a 1/20 do PIB per capita.

No mundo, o Brasil é o 8º país mais despreparado no que se refere a economizar. Dos brasileiros que acham possível obter a quantia de R$ 2.500,00, de forma emergencial, apenas 16% podem recorrer às próprias economias. Conforme a pesquisa do Banco Mundial, mais da metade desses pediria ajuda a amigos ou parentes.

Especialistas do setor observam que, quando guarda dinheiro, a maioria dos brasileiros o faz pensando em viajar ou trocar de automóvel; poucos pensam em uma reserva para emergências ou mesmo em um seguro de vida para o chefe de família. O ideal, segundo os economistas, seria ter um fundo de emergência que varia de três a 12 vezes o custo mensal da família – a variação deve considerar profissão, estabilidade de renda, estado civil etc. Porém, segundo levantamento da Serasa (2015), 73% dos brasileiros não conseguiriam cobrir seus custos por mais de 90 dias.

A situação fica mais grave na velhice, pois só 3,64% dos brasileiros acima dos 15 anos economizam pensando nos desafios a enfrentar na terceira idade. E esse padrão repete-se mesmo entre os 60% mais ricos: apenas 4,67% poupam para a fase da velhice.

O estudo do Banco Mundial considera apenas a poupança financeira, que é um dos itens de patrimônio capazes de assegurar recursos na diante de uma emergência. Lembrando que imóveis, veículos e outros bens duráveis podem ser vendidos e também são considerados formas de poupança.

Segundo o Banco Central, a tradicional caderneta de poupança, apesar do nome, não é usada pelos brasileiros para fazer reservas. Dos 131,8 milhões de brasileiros com caderneta, 60% tinham menos de R$ 100, em 2014. O saldo médio era R$ 1,66. Estudo da instituição mostrou, na mesma época, que 45% das famílias não tinham sobra financeira regular.

Nove entre dez brasileiros atribuem sucesso material a Deus

Pesquisa Datafolha indica que nove entre dez brasileiros atribuem à Deus o seu sucesso financeiro. O índice supera os 90% entre os religiosos, mas surpreende mesmo entre os que se declaram sem religião (70%) e até entre ateus (23%).

Quanto menor a escolaridade e também a renda, maior a gratidão a Deus pelas conquistas materiais. Ainda assim, 77% dos entrevistados graduados atribuem responsabilidade divina às finanças; e sete entre dez entre aqueles com renda mensal acima de dez salários mínimos.

A disparidade de opinião entre os mais e menos escolarizados, ou entre os mais e menos ricos, fica ainda mais ampla quando se trata do dinheiro alheio. Um terço de quem fez até o ensino fundamental e 28% dos que ganham até R$ 1.760,00 por mês concordam com a frase: "As pessoas pobres, em geral, não têm fé em Deus, e por isso não conseguem sair dessa situação". Em contraposição, são apenas 9% os graduados que atribuem pobreza à falta de fé, mesmo índice dos que ganham mais de R$ 8.800.

O Datafolha ouviu 2.828 brasileiros maiores de 16 anos selecionados por sorteio aleatório, em amostragem representativa da população. Feita em 174 municípios, a pesquisa tem margem de erro de 2% para mais ou para menos (nível de confiança de 95%).

 

Religião – As causas da pobreza e as soluções para melhores condições de vida são vistas de forma diferente pelos dois principais grupos cristãos do país: católicos e evangélicos – termo que, no Brasil, designa os protestantes históricos, os pentecostais e os neopentecostais. Há mais evangélicos (28%), do que católicos, que creem que a falta de fé impede as pessoas pobres de deixarem essa condição. Enquanto a solidariedade é o caminho mais apontado pelos católicos para melhorar a situação da população pobre; entre os evangélicos a solução mais indicada é levá-los à igreja, segundo pesquisa do Instituto Pew com 2.000 brasileiros.

 

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