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Cooperativismo ocupa lugar de destaque no cenário da economia mundial

por Andressa Boeira

Modelo está em 96 países, gera 250 milhões de empregos e alcança cerca de um bilhão de pessoas

Grande família: o sistema cooperativo é participativo, transparente e organizado, cujo lucro é repartido de forma igual entre os associados
Foto: Divulgação

O cooperativismo alcança cerca de um bilhão de pessoas, segundo dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). O modelo está em 96 países e gera 250 milhões de empregos. Com crescimento consolidado, ocupa posição de destaque no cenário da economia mundial.

Segundo dados de 2016 da World Cooperative Monitor (organização de monitoramento mundial, em tradução livre), as 300 maiores cooperativas do mundo têm volume de negócios combinado de US$ 2,36 trilhões, equivalente à sétima maior economia do planeta.

No Brasil, existem em torno de 7.000 cooperativas (ver quadros), distribuídas em 13 ramos de atividades, cujos associados representam 6,2% da população do país. “Somadas as famílias dos cooperados, estima-se que o movimento cooperativo agregue em torno de 25% da população”, informa o presidente da Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Frederico Perius.

O cooperativismo gaúcho vive bom momento. Em 2015, o faturamento cresceu 15,75% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 36,1 bilhões. “O desenvolvimento do setor reflete-se no aumento dos seus ingressos, que nos últimos seis anos, registrou expansão de 94,6%, detalha Perius.

Nesse contexto, destacam-se as atividades relacionadas ao ramo agropecuário, 11,6%; crédito com 33,8%; saúde 18%; infraestrutura 8,2% e transporte 35,5%. Apesar do arrefecimento da economia nacional, em 2016 estavam previstos investimentos de R$ 1,7 bilhão, valor que deve ser confirmado no relatório desse ano.

As unidades cooperadas exercem importante papel econômico e social. “Somente em tributos, em 2015, as cooperativas gaúchas geraram R$ 1,8 bilhão”, informa o presidente da Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul. “Somos uma colmeia de pessoas que se comunica, o braço alongado do sócio”, define ele ao CR.

 

Sistema tem vocação histórica para o desenvolvimento das comunidades 

Cooperativismo é instrumento de organização econômica da sociedade, com origem na Europa do século XIX. Caracteriza-se como uma forma de ajuda mútua por meio da cooperação e da parceria entre um grupo de pessoas para satisfazer necessidades comuns de ordem econômica, social ou cultural.

A grande diferença em relação a empresas é que o lucro é repartido de forma igual entre os associados, o que representa seguro contra a crise. “A gente percebe que é em momentos de dificuldade ou em períodos de turbulência, que as pessoas tendem a se unir e ficam mais fortes”, diz o coordenador de cooperativismo da Emater de Santa Rosa, Marcos Servat.

O cooperativismo se enraíza como uma grande árvore. “Somos uma grande família, com vocação histórica para o desenvolvimento da comunidade”, afirma o presidente da Ocergs, Vergilio Perius. Conforme ele, o valor agregado, os resultados e a riqueza ficam na localidade.

Assim é com os agricultores Natal Vanin, 65 anos, e com Darvi Cioatto, 71 (agente do Correio Riograndense), moradores na Linha Marechal Deodoro, em São Marcos (RS), e associados à Cooperativa Nova Aliança. Com sede em Flores da Cunha, a Nova Aliança é fruto da união de cinco cooperativas. Segundo o presidente Alceu Dalle Molle, a cooperativa contabiliza 900 sócios em 12 municípios gaúchos.

Ambos têm na fruticultura a principal fonte de renda, com ênfase à viticultura. “Meu pai Berto sempre foi cooperativista. Eu sou há 47 anos associado a cooperativas. É a melhor coisa, mas precisa colaborar”, frisa Cioatto. “A Nova Aliança é minha casa”, emenda.

Já Vanin destaca a importância da cooperativa na colocação da produção, mesmo em ‘dias maus’, e com preço justo. “O produtor familiar deve ser cooperativista. Eu jamais vou deixar de ser filiado”, enfatiza.

Alceu Dalle Molle concorda. “A agricultura familiar precisa de sociativismo. Não há produção em pequena escala forte, sem o cooperativismo”, reitera. Esse sistema gera e distribui riqueza e cresce mesmo na crise. “Por que cresce? Porque o dono do negócio é o próprio trabalhador”, responde.

O sistema é participativo, transparente e organizado. “O cooperativismo tem compromisso com o associado e oferta segurança e tranquilidade no momento da entrega do produto pelo agricultor”, esclarece o presidente da Nova Aliança.

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