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Pesquisa feita na UPF analisa papel da mídia na sociedade brasileira

por João Lima

Estudo sobre Mídia e Pobreza rendeu primeiro lugar à acadêmica na MIC 2015 da UPF, na área de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes .

Nas peças da campanha pesquisada, pessoas socialmente fragilizadas divulgam manchetes extremamente banais
Foto: Reprodução/ Teto

“Ator é visto comendo pastel” e “Cantora é flagrada tomando água” são manchetes extremamente banais vistas com frequência na Internet.  A ONG Teto, que busca superar a situação de pobreza de milhões de pessoas, desenvolveu uma campanha com pessoas pobres segurando as manchetes banais publicadas sobre os ricos, como forma de protesto contra o descaso da mídia em relação à situação da população mais frágil e desassistida. A aluna do curso de Letras da Universidade de Passo Fundo (UPF) Thaís Nicolini de Mello resolveu analisar os  efeitos de sentido e as contradições produzidos pelas peças dessa  campanha. O trabalho rendeu à acadêmica o Prêmio Aluno Pesquisador na área de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes da XXV Mostra de Iniciação Científica (MIC 2015), durante a Semana do Conhecimento da UPF.

O trabalho da acadêmica, baseado na campanha da ONG Teto, deixa evidente que a mídia, na maioria das vezes, marginaliza e silencia a existência da população mais pobre no Brasil. A campanha desenvolvida pela organização associa a imagem do pobre com a manchete sobre o rico, mostrando que as notícias se voltam para as classes mais altas, e emancipam socialmente aqueles que têm mais poder aquisitivo. “O pobre torna-se um suporte para a notícia do rico, sua existência não é noticiada, mas apaga-se. Esse processo de silenciamento retratado na campanha refere-se diretamente ao apagamento existente na memória discursiva social”, reflete a acadêmica. 

A motivação para a pesquisa nasceu da curiosidade despertada na acadêmica pela campanha da ONG. “A campanha composta de imagens e enunciados opostos despertou minha curiosidade em aprofundar os sentidos construídos e também pela relevância desta para a sociedade. Além disso, o tema da campanha - Silenciamento da pobreza na mídia - é uma temática que desperta meu interesse por sua importância social”, revelou Thaís. 

Confronto de ideologias 
A mídia constitui-se como um poderoso veículo de comunicação e de transmissão de ideologia. Assim, o estudo pretendeu provocar uma reflexão sobre o papel que a mídia desempenha enquanto formadora de opinião e propagadora de uma ideologia dominante, levando em consideração que essa formação ideológica passa pelas notícias veiculadas e pelos temas como o da pobreza que, em geral, são omitidos.

O objetivo do trabalho foi perceber as relações que se estabeleciam entre as imagens e os enunciados das peças veiculadas na Internet pela ONG, pesquisando sobre a crítica realizada pela campanha à mídia brasileira. Além disso, a ideia foi observar quais ideologias se confrontavam na construção da campanha. 

A pesquisa foi desenvolvida em aproximadamente quatro meses, sob orientação da professora da UPF, Dra. Carme Regina Schons, e, posteriormente, com o auxílio da professora Dra. Márcia Helena Barbosa, em vista do falecimento da professora Carme, em julho deste ano.

Silenciamento das classes mais baixas 
De acordo com a pesquisa, os sentidos produzidos pela campanha da ONG evidenciaram o papel da mídia enquanto formadora do imaginário social, denunciando o silenciamento a que ela submete as classes mais baixas da população brasileira. Além disso, as peças apontaram para o contraste de notícias sobre as classes sociais, que legitimam a população mais rica, enquanto silenciam a mais pobre. 

A acadêmica destaca que essa pesquisa é importante pela necessidade de discutir essa temática e retirar do campo da indiferença as classes sociais mais fragilizadas. “A pesquisa traz à luz a discussão a respeito do papel da mídia na sociedade brasileira, denunciando a legitimação conferida às classes altas e o silenciamento das classes baixas que, mesmo aparecendo em algumas notícias, são marginalizadas e esquecidas pela população”, ressalta Thaís. 

ONG Teto 
É uma organização presente na América Latina e Caribe, que busca superar a situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas nas comunidades precárias, através da ação conjunta de seus moradores e jovens voluntários. Com a implementação de um modelo de intervenção focado no desenvolvimento comunitário, a ONG busca, através da execução de diferentes planos, construir uma sociedade justa e sem pobreza, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de desenvolver suas capacidades e possam exercer plenamente seus direitos. Conheça o trabalho da ONG no site: www.teto.org.br 

De: UPF/Assessoria de Imprensa

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