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Pneumonia: doença infecciosa que mais mata no Brasil

por Felipe M. Padilha

Principal agente causador é uma bactéria, pneumococo, responsável por 70% dos casos

Criança: pneumonia atinge principalmente os organismos mais suscetíveis. Tosse, febre e falta de ar são sintomas clássicos
Foto: Stock Photos/Div/CR

A pneumonia é uma doença já bem conhecida da população, mas, ainda assim, informações equivocadas atrapalham a prevenção e o tratamento. É mito dizer, por exemplo, que uma gripe mal curada vira pneumonia. Na verdade, o que ocorre é que a gripe fragiliza o organismo, deixando-o mais suscetível a desenvolver pneumonia também, às vezes, até concomitantemente. Daí a importância de fazer a vacina contra a gripe para prevenir também suas complicações, entre elas a pneumonia, especialmente as pessoas que integram os chamados grupos de risco.

A pneumonia é a doença infecciosa que mais mata no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, é a terceira principal causa de óbitos no país, ficando atrás apenas das doenças cerebrovasculares e infarto do miocárdio. Nos meses mais frios, a incidência aumenta, já que a aglomeração de pessoas em ambientes fechados, justamente em função das baixas temperaturas, facilita a proliferação dos micro-organismos causadores das infecções respiratórias e o contágio. Ambientes com ar-condicionado também podem influenciar o surgimento da doença porque a entrada do germe nas vias respiratórias fica mais fácil em locais secos.

A pneumonia é uma infecção que se instala no pulmão do paciente e tem como agente causador mais comum a bactéria Streptococcus pneumoniae, mais conhecida por pneumococo, que está envolvida em 30% a 70% dos casos. Já as bactérias atípicas, como micoplasma, clamídea e legionela são responsáveis por 8% a 48% dos casos, enquanto as infecções mistas, que envolvem mais de uma espécie de bactéria, são relatadas em até 38% dos pacientes.

A doença tem como principais fatores de risco o tabagismo e o alcoolismo, pois reduzem a capacidade de defesa do aparelho respiratório. Diabéticos, doentes cardíacos, portadores de doenças autoimunes, entre outras, também correm mais risco de desenvolver pneumonia. Os sintomas clássicos da doença são falta de ar, mal-estar e febre.

De acordo com Roberto Stirbulov, especialista em Pneumologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, um ou vários sinais da infecção podem aparecer no paciente. “Pacientes idosos podem manifestar menos sintomas de uma forma geral, inclusive podem não apresentar febre. Às vezes, a única manifestação nesse caso é queda do estado geral e diminuição de contato com o meio, como se fosse uma depressão”, informa o médico.

 

Bactéria ataca organismos suscetíveis

A pneumonia ataca, principalmente, os organismos mais suscetíveis, como crianças menores de cinco anos e idosos com mais de 65 anos. Gestantes e profissionais da Saúde também estão mais sujeitos à infecção. Dependendo da idade e estado de saúde do paciente, a doença pode ser mais fatal. “A pneumonia é a principal causa de internação de pessoas acima de 50 anos”, ressalta Roberto Stirbulov. Um dado alarmante, divulgado por um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), mostrou que a doença mata mais crianças de até cinco anos no mundo do que a Aids, a malária e o sarampo juntos.

A mortalidade por pneumonia é de 1% e pode subir para 5% a 12% entre os pacientes que necessitam de internação. Essa porcentagem salta para 50% entre aqueles que vão para a unidade de tratamento intensivo. “É uma doença extremamente perigosa e que precisa ser diagnosticada o mais cedo possível para que o tratamento seja mais eficaz”, conclui o especialista.

O diagnóstico é feito avaliando a suspeita clínica, exame físico, realização de hemograma e radiografias de tórax. O tratamento da pneumonia é baseado em antibióticos escolhidos de acordo com algumas variáveis, como idade, presença de doenças prévias, tipo de residência.

 

Diferenças entre gripe e pneumonia

A gripe é causada por vírus e é altamente infectante. Já a pneumonia é uma infecção nos pulmões causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos pneumococo. Apesar de as duas doenças terem os sintomas bem parecidos, a febre na pneumonia pode ser mais alta e duradoura. A dor no peito também ocorre nos dois casos, já que a pessoa tosse muito. A diferença está no catarro: na pneumonia ele é mais espesso e colorido (acinzentado, esverdeado ou amarelado), enquanto na gripe ele é mais líquido e transparente.

De acordo com o médico Roberto Stirbulov, não há risco de uma gripe se tornar pneumonia, mas ela deixa o organismo muito mais suscetível a adquirir a infecção. “Nos primeiros sinais de possível pneumonia, é preciso procurar imediatamente atendimento médico. Essa agilidade no diagnóstico pode diminuir a morbidade e mortalidade da doença”, conclui Stirbulov.

Prevenção:

· Não fumar;

· Não beber excessivamente;

· Conservar a manutenção do ar-condicionado em dia e em condições adequadas;

· Evitar mudanças bruscas de temperatura;

· Lavar as mãos com frequência, especialmente ao limpar o nariz, ir ao banheiro e ao trocar fraldas;

· Diante de sintomas suspeitos, e fundamental procurar atendimento médico para diagnóstico e tratamento precoce;

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio São Francisco

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