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Brasil pode entrar como um “inocente útil”, diz cientista político sobre o conflito entre EUA e Irã

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Ele descartou a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial, mas que poderá ser crescente a atuação de grupos terroristas

Foto: Fars news agency/WANA/Reuters/Divulgação

O tema que está ganhando visibilidade nos últimos dias é o ataque dos Estados Unidos (EUA) que resultou na morte, no Iraque, do general iraniano Qassem Soleimani. Após o episódio, ocorrido na última quinta-feira (02), a tensão entre as duas nações aumentou, assim como os riscos de conflitos. O governo dos Estados Unidos justificou a ação afirmando que as Forças Armadas do país “agiram defensivamente para proteger os indivíduos americanos no exterior". O presidente americano Donald Trump classificou Soleimani como “o terrorista número 1 do mundo”. Em contrapartida, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que o país preparará uma “retaliação severa” pelo ataque.

Para o Cientista Político e professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), João Ignácio Pires Lucas, em entrevista ao programa Temática, da Tua Rádio São Francisco, a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial está descartada, porém poderão ser intensificados os conflitos entre grupos terroristas. “Os EUA ainda é refém do petróleo. Outro fator é o Irã é mais consistente, com apoios até da Rússia, o que faz com que seja mais difícil de lidar. O terceiro aspecto é que, no âmbito dos países, seria pouco provável uma Terceira Guerra Mundial ou um conflito mais abrangente, até porque os países tem compromissos com a comunidade Internacional e cumprir os acordos com a ONU e com os aliados. O problema é que não existem só os países. Cada vez mais temos grupos secretos que são incontroláveis, que atuam mais na perspectiva ideológica religiosa, que é um pretexto pra eles planejarem atentados que transcendem as negociações dos países ”.

O Itamaraty divulgou, um dia após o ataque, uma nota na qual disse apoiar a "luta contra o flagelo do terrorismo". O governo brasileiro condenou um ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, mas não condenou a morte do general iraniano. Nesta segunda-feira (6), o Ministério de Relações Exteriores informou que a encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes, foi convocada pela chancelaria iraniana. O Itamaraty não divulgou o teor da conversa. Segundo Pires Lucas, essa situação pode afetar o Brasil. “Na medida em que os EUA não é um país sozinho e tem aliados, isso pode ser passado para eles. Nesse sentido, eu chamaria a atenção do Brasil, que até então era um país com posição de neutralidade. O Brasil pode entrar nessa seara como um “inocente útil”, no sentido de se posicionar ideologicamente, o que pode afetar, não apenas no aumento do combustível, mas como pode virar alvo nesse circuito”.

Ainda nesse sentido, o cientista político ressalta que é preciso ter responsabilidade com o uso das redes sociais, tendo em vista que, nos últimos dias, é crescente o número de brincadeiras e piadas de brasileiros frente a esse cenário. “Na medida em que o Brasil começa a ter posições mais duras no cenário internacional, ele pode arcar com um preço que ele não está preparado. As pessoas que ficam nos “memes” e brincando com esse cenário podem ter um conflito desses na porta da sua casa. Acho que é bom as pessoas se antenarem, pois não há declaração política que fique perdida ou no âmbito restrito”.

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