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Caxias do Sul é a segunda cidade do estado com mais acidentes de trabalho

por Ivan Sgarabotto

O município tem em média mais de 5 mil casos por ano

Foto: Agência Brasil

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST/Serra), notificou 5.297 acidentes de trabalho em 2015, tanto em trabalhos formais como informais. Destes, 692 foram referentes a acidentes de trabalho de maior gravidade e doenças ocupacionais específicas e 4.605 referem-se a acidentes de trabalho classificados como não graves e às doenças ocupacionais.

A Coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) Niciele Sguissardi, em entrevista concedida para o jornalista Evandro Fontana, falou sobre Caxias do Sul ser a segunda cidade do estado com mais casos, tendo mais de 5 mil acidentes de trabalho por ano. (Acompanhe, em áudio)

Um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizado em 2013, aponta que 321 mil pessoas morrem, por ano, em consequência de acidentes no trabalho no mundo. Já 160 milhões de pessoas sofrem de doenças não letais relacionadas ao trabalho e 317 milhões de acidentes laborais são registrados por ano. Além disso, cerca de 2,02 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas ao trabalho.

 

Em Caxias do Sul, dos 692 casos registrados como maior gravidade, 230 foram classificados como acidentes de trabalho graves, 387 acidentes de trabalho com exposição a material biológico, 10 intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho, nove acidentes de trabalho com animais peçonhentos, duas como violência relacionada ao trabalho, 39 como Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteo musculares Relacionados ao Trabalho (DORT), 12 foram perda auditiva induzida pelo ruído e três dermatoses ocupacionais.

Além disso, referente ao desfecho dos acidentes graves, em 2015, Caxias do Sul teve oito óbitos relacionados ao trabalho, três casos de incapacidade total permanente, um caso de incapacidade parcial permanente e seis casos de incapacidade temporária. Em comparação aos outros anos, identificou-se um aumento dos óbitos relacionados ao trabalho e uma diminuição significativa dos casos de incapacidade temporária ou permanente.

Já no que se refere aos acidentes considerados não graves e/ou ligados a doenças ocupacionais, dos 4.605 casos, a maior parte ocorreu em ambientes de fabricação de produtos diversos do metal. Além disso, o maior número de casos foi de ferimentos em membros superiores, como ferimento de punho e da mão, com 711 casos e traumatismo superficial do punho e da mão, com 589 registros.

As ocupações com maior incidência de acidentes considerados não graves e/ou ligados a doenças ocupacionais foram: alimentador de linha de produção, com 439 casos, faxineiro, com 224 acidentes, soldador, 179 registros, serventes de obras, com 165 notificações e pedreiro, com 156 casos.

Os acidentes e as doenças do trabalho causam danos aos trabalhadores e às suas famílias na forma de redução de renda, interrupção do emprego de familiares, gastos com acomodação no domicílio e, o mais importante, a dor e o estigma do acidentado ou doente. Conforme a Relação Anual de Informações do Ministério do Trabalho e Previdência Social (RAIS), a sociedade brasileira paga cerca de R$ 800 bilhões de salários e gasta R$ 71 bilhões com acidentes e doenças do trabalho, ou seja, quase 9%.

A coordenadora do CERES/Serra, Nicieli Sguissardi afirma que para as empresas, os prejuízos podem ser estimados em relação à perda de produtividade que ocorre na ausência de medidas preventivas.

Nicieli argumenta ainda que uma redução expressiva dos acidentes e doenças do trabalho depende de um esforço conjugado de várias partes da sociedade e, sobretudo, da disseminação de informações adequadas e que consigam sensibilizar os trabalhadores e as empresas sobre as vantagens da prevenção de acidentes e doenças do trabalho.

Buscando orientar e prevenir esses acidentes, o CEREST/Serra tem por objetivo desenvolver primordialmente ações de pesquisa, promoção e prevenção em Saúde do Trabalhador. O Centro elabora ações, articula parcerias entre os setores público e privado que viabilizem atividades e promovam debates e pesquisas que garantam o desenvolvimento de programas e medidas de prevenção. Isso ocorre no meio urbano e no meio rural, independentemente do vínculo empregatício e do tipo de inserção no mercado de trabalho.

O CEREST/Serra realiza também o monitoramento dos agravos à Saúde do Trabalhador notificados ao SUS, a fim de criar estratégias para a diminuição dos acidentes e doenças ocupacionais. Além do trabalho de Vigilância Epidemiológica em Saúde do Trabalhador, a equipe do CEREST/Serra realiza Vigilâncias em Ambientes de Trabalho nos diferentes ramos produtivos, visando identificar os riscos à Saúde do Trabalhador e promover um trabalho educativo com a empresa com o intuito de reduzi-los, evitando assim acidentes e doenças ocupacionais.

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio São Francisco

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