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Acidentes de trabalho graves aumentam 189% em Caxias do Sul

por Ivan Sgarabotto

Levantamento divulgado pelo CEREST/Serra revela necessidade de empresas melhorarem medidas de segurança

Foto: Free Images

O Dia do Trabalho, que ocorre em 1º de maio, deve ser motivo de alerta em Caxias do Sul. Conforme dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST/Serra), houve um aumento de 189% no número de acidentes de trabalho graves em 2016 se comparado a 2015.

O dado é alarmante e revela que os trabalhadores caxienses estão expostos a mais riscos nos últimos anos. O levantamento aponta ainda que, somente em 2016, Caxias do Sul registrou 3.766 acidentes de trabalho, 18 intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho e 215 notificações de doenças ocupacionais. Além disso, foram notificados 24 de óbitos em decorrência de acidente de trabalho no município.

Dos 3.766 acidentes de trabalho registrados em 2016, 440 foram classificados como graves, 303 foram por material biológico, 14 com animais peçonhentos, seis ligados à violência e 3.003 acidentes leves. Em relação aos óbitos, três foram por acidente de trajeto, cinco por violência e 16 por acidente de trabalho grave típico. Já as notificações de doenças ocupacionais, 145 foram casos de Lesão por Esforço Repetitivo ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), 59 de perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), oito dermatoses e três transtornos mentais.

Em 2017, já foram notificados 110 acidentes de trabalho graves, 93 com material biológico, 10 com animais peçonhentos, cinco intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho e 242 acidentes de trabalho leves, totalizando 460 acidentes. Além disso, já ocorreram dois óbitos relacionados ao trabalho, sendo um por violência e o outro por acidente de trabalho grave. Quanto às doenças ocupacionais, foram notificados neste ano quatro casos de LER/DORT e 19 casos de PAIR.

Conforme a coordenadora do CEREST/Serra, Nicieli Sguissardi, um comparativo entre 2015 e 2016 aponta que o número de acidentes de trabalho grave saltou de 233 para 440. Por outro lado, analisando o primeiro trimestre de 2017 com o primeiro trimestre de 2016, observou-se que o número de acidentes graves é semelhante.

De acordo com os dados do CEREST/Serra, os ramos produtivos com maior número de acidentes de trabalho grave e de acidentes de trabalho considerados leves foram a metalurgia e a construção civil. Quanto aos acidentes com material biológico, os profissionais mais acometidos foram os técnicos em enfermagem, enfermeiros e estudantes da área da saúde, nesta ordem. Já as intoxicações exógenas foram mais incidentes em trabalhadores do ramo da higienização e da agricultura. Em relação aos casos de LER/DORT, verificou-se maior incidência em trabalhadores da metalurgia e em técnicos de enfermagem. Quanto à PAIR, a maior parte dos casos deu-se em trabalhadores da metalurgia e motoristas de caminhão.

Nicieli afirma que o grande aumento de acidentes graves notificados evidencia a necessidade das empresas adotarem medidas de segurança para os trabalhadores.

Para prevenir que ocorram acidentes de trabalho de qualquer espécie, o Ministério do Trabalho estabeleceu normas de saúde e de segurança do trabalho. É de suma importância que elas sejam estudadas e aplicadas de forma integrada pelos responsáveis pela saúde e segurança do trabalho nas empresas, pois assim promoverão ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.

Além disso, os trabalhadores precisam seguir as orientações passadas pela empresa quanto à adequada utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) e quanto aos procedimentos corretos para realizar suas atividades de maneira segura. Os trabalhadores também devem alertar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) sobre os riscos à saúde que encontram na prática diária que ainda não tenham sido observados e corrigidos pela empresa. Desta forma, tornam-se vozes ativas da prevenção.

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