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Morre aos 73 anos o radialista Jorge Estrada

por Pablo Ribeiro

O velório será realizado no Cemitério Parque São Vicente, em Canoas, cidade natal do radialista

Foto: Pablo Ribeiro/Tua Rádio São Francisco

Morreu, na manhã desta terça-feira (13/04), o radialista Jorge Estrada, aos 73 anos. A informação foi divulgada nas redes sociais pela filha do radialista, Fernanda Monego. Estrada estava internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. A causa da morte não foi divulgada. O velório será realizado no Cemitério Parque São Vicente, em Canoas, cidade natal do radialista.

Estrada fez história no rádio gaúcho. Em Porto Alegre, trabalhou nas rádios Gaúcha, Bandeirantes e Pampa. Em Caxias do Sul, integrou o departamento de esportes da Rádio São Francisco, em 1998. De 2000 a 2017, trabalhou nas rádios Caxias e Cidade Caxias.

Em 13 de outubro de 2018, Estrada foi o entrevistado do programa Conectado Perfil, onde contou suas histórias de vida.

Jorge Estrada: o bom humor no rádio

Ouça a entrevista completa: PARTE 1PARTE 2  |  PARTE 3

De jogador de futebol a radialista, Jorge Antônio Barbosa Estrada se transformou em um dos comunicadores mais admirados do Rio Grande do Sul. Com seis carteiras de trabalho, ele já passou por muitas redações de rádio pelo Brasil, presenciando fatos importantes da história, como os incêndios dos edifícios Andraus e Joelma, em São Paulo. São 70 anos de vida e 56 dedicados à comunicação.

Foi em 19 de fevereiro de 1948, no bairro Chácara Barreto, em Canoas que o comunicador nasceu. “Eu sou do tempo da parteira ainda. Na minha época não existia hospital”, recorda. Apesar das dificuldades da época, Estrada afirma que teve uma infância feliz, apesar da história ser um tanto complicada. O verdadeiro pai de Jorge Estrada, Brasiliano Estrada, havia dado ele, ainda criança, para o seu irmão Ponciano Estrada criá-lo. O comunicador ainda tem mais quatro irmãos, sendo três moradores da Argentina, na qual ele afirma não ter nenhum contato.

Jorge Estrada costuma lembrar que começou estudando em Canoas, mas logo depois, após o pai se mudar para Porto Alegre, ele foi estudar no Colégio São Pedro. “Eu me lembro o nome até da minha primeira professora, e era Vanda o nome dela”, recorda o radialista. Depois, o pai de Estrada teve que ir para a reserva da Aeronáutica e se mudou para Gravataí, onde Estrada foi estudar no Grupo Escolar Barbosa Rodrigues.

O início do trabalho

Quando Estrada chegou aos 14 anos, Ponciano disse que a hora era de trabalhar.

“Ele chegou pra mim no dia 13 de fevereiro de 1962 e disse pra eu tirar a carteira de menor e vai trabalhar porque eu não quero vagabundo dentro de casa, daí comecei em um serviço de alto falantes que até slogan tinha, e era assim: Serviços de Alto-Falante Líder, um elo de amizade nos moradores desta localidade, mas não podia ser em outra localidade porque só pegava ali mesmo (risos)”, recorda Estrada.

Após o trabalho no serviço de alto-falante, Estrada se aventurou no jornalismo impresso. “Foi no Correio do Povo, porque meu pai era amigo de seu Jofre Funchal, um editor do jornal, e eu ia lá pra cortar telex e pra empilhar jornais e depois virei correspondente de futebol amador de Gravataí”, relembra Estrada.

Após a breve passagem pelo Correio do Povo, Jorge Estrada se embrenhou em outros caminhos. Paralelo ao serviço militar, aos 17 anos de idade, Estrada foi ser jogador de futebol profissional no Sport Clube Paladino de Gravataí. Depois de ser vendido ao Cruzeiro de Porto Alegre, Estrada resolveu, num dia, fugir de uma concentração e ir beber com os amigos. No bar, homens acabaram brigando perto dele. Um dos rapazes foi tentar esfaquear o outro, mas acabou errando e a facada atingiu a barriga de Jorge Estrada. Ele ficou uma semana internado no hospital, sendo quatro dias em coma. Foi o momento de interromper a carreira e o sonho de seguir como jogador de futebol.

Retorno à comunicação

Ciente de que não teria mais oportunidades no esporte, Estrada resolveu arrumar as malas e embarcar rumo a São Paulo, em busca de melhores oportunidades. O primeiro emprego na cidade paulista foi no extinto jornal “Notícias Populares”, periódico conhecido por suas manchetes apeladoras e sensacionalistas. “Era um troço terrível trabalhar nesse jornal”, diz Estrada.

Depois do “Notícias Populares”, Jorge Estrada arrumou emprego para produzir um jornal mensal para uma empresa do interior de São Paulo. Foram nove anos de atividades, até que em determinado momento, ele teve que trabalhar paralelo ao rádio, que afirma ter entrado por brincadeira. “Os caras da Rádio Piratininga, de São José dos Campos tinham um programa depois das jornadas esportivas, e eu ia sempre tomar um trago com eles no bar e um acabou me convidando pra fazer pequenas participações nos debates que eles realizavam, mas eu não tinha condições de largar meu outro emprego, até porque eu ganhava muito bem. Foi mais um trabalho de colaboração apenas, sem nem ao menos carteira assinada, pois eu achava que não era interessante pra mim”, recorda.

No retorno à São Paulo, Estrada conseguiu trabalho na Rádio América AM. Já no ano de 1981, ele resolve retornar a Porto Alegre. O primeiro emprego no retorno à capital gaúcha foi na Rádio Difusora, que logo depois foi adquirida pelo empresário paulista João Jorge Saad, e virou a Rádio Bandeirantes. Lá Estrada permaneceu de 1981 até 1989, até ser contratado pela Rádio Gaúcha, pelo então diretor de esportes, o caxiense Armindo Antônio Ranzolin. “O Ranzolin ia pra Gaúcha ouvindo outras rádios, quando me ouviu e me chamou. Eu acabei dando sorte e o meu colega que eu substitui deu azar, que era o José Alberto Andrade, que capotou o carro e ficou quatro meses sem poder trabalhar. Mas eu continuei na Bandeirantes. Fui o único fenômeno que trabalhou na Bandeirantes e na Gaúcha ao mesmo tempo, mas chegou um tempo que eu tive que decidir onde ficar, e aí fiquei na Gaúcha, onde fiz de tudo: repórter, produtor e plantão esportivo”, relembra.

Na Bandeirantes, Estrada também atuou no esporte antes de ser convidado pela Rádio São Francisco para integrar a nova equipe de esportes que o veículo caxiense estava criando.

O ano era 1998, e o responsável pela contratação de Estrada foi Ansélio Brustolin. Mas Jorge Estrada ficaria menos de um ano na São Francisco. Em 1999 voltou para Porto Alegre para trabalhar na Rádio Pampa, mas em 2000, convidado por Alberto Meneguzzi, então coordenador de esportes da Rádio Caxias, Jorge Estrada retornava para Caxias do Sul, onde permaneceu até meados de 2017, até voltar para Gravataí. Mas a ‘estrada’ de Jorge Estrada é mais longa do que se pode imaginar. “Pra ti ter uma ideia, eu tenho seis carteiras de trabalho. Trabalhei em Minas Gerais, em São Paulo, no Rio de Janeiro e até na Bahia eu fiz rádio. E de lá pra cá são 56 anos dessa brincadeira”, recorda.

Não apenas da vida profissional que Jorge Estrada se orgulha. Pai de três filhos, Ricardo (nascido em Minas Gerais), Alexandre (nascido em São José dos  Campos) e Fernanda (nascida em Porto Alegre), e avô de Francisco, ele se orgulha da família e da história que construiu ao longo destes 70 anos de vida.

 

Estrada, Meu Humor: Histórias do Rádio

Em 56 anos dedicados a comunicação, Jorge Estrada tem muitas histórias a contar. Por esse motivo, o comunicador lançou, na última semana, na 34ª Feira do Livro de Caxias do Sul, o livro Estrada, Meu Humor: Histórias do Rádio, da Editora Garcia. “Esse livro fala modestamente de algumas coisas que aconteceram em emissoras de rádio do Rio Grande do Sul. É o meu primeiro livro, que fala da chamada “pisada na bola”, daquilo que foi ao ar nas emissoras”, revela Estrada.

Opinião do jornalista: O livro é hilário.

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