Ele achou que, se livrando dela, ia consertar tudo que de errado existia na sua vida. Por longo tempo, a ideia rígida de não querer vê-la mais, ou não mais querer que ela fizesse parte de seus dias, deixava a vida de ambos insuportável...

Assim seguia, querendo tirá-la de uma hora para outra da sua vida, impondo dores, desalento e distanciamento. Na rigidez do momento, esqueceu de olhar melhor para dentro de si. Depositava em alguém de fora tudo que experimentava dentro, e toda a intransigência e incoerência que tinha, e isso cobrou respostas...

Despejava nela suas angústias, seu não saber para onde ir nem como se direcionar. Esqueceu, ou não sabia, que as dificuldades seguiriam aonde quer que fosse...

Deixava-se invadir pelo não estabelecimento de limites. Não era o outro que o invadia - era ele que não se protegia, e assim seguia... sempre teria uma ela na sua vida para ele culpar...

Saber ou não saber o que fazer, e para onde ir, seguiu a lhe atropelar. Percebeu que essas dúvidas seguiriam dentro dele enquanto olhasse para fora, ou para o outro.

Descobriu mais a seu respeito e das suas crises quando parou de olhar para o externo e investiu em olhar para si de uma maneira mais profunda.