Na primeira reunião pública da CPI do Lixo, que investiga irregularidades em licitações realizadas entre os anos de 2017 e 2019 para contratação de empresa responsável pela coleta de resíduos, administração do aterro sanitário e limpeza urbana de Lagoa Vermelha, os membros da comissão definiram a agenda de depoimentos para as próximas semanas. Já nesta sexta-feira, 15 de outubro, serão ouvidos o vereador e membro da própria CPI, Ranyeri Bozza (PDT), e o ex-vereador Vicente Durigon.

Na época do processo licitatório, os dois realizaram apontamentos sobre vícios contratuais e provável direcionamento de licitação, conforme explicou o vereador Ranyeri.

“O MP (Ministério Público) tomou conhecimento das denúncias que já haviam sido protocoladas por mim e pelo vereador Vicente, no que diz respeito a vícios contratuais e provável ou possível direcionamento de licitação, o que veio a convergir com a investigação que já estava em curso no município de Marau”, explica.

Para prestar depoimento à CPI, Ranyeri deve deixar a cadeira que ocupa na comissão. É provável que seja substituído por outro colega.

Por estar envolvido no processo de investigação do MP, a legalidade da participação de Ranyeri na CPI foi questionada pelo presidente da comissão, vereador Gabriel Vieira (PP), que solicitou parecer do setor jurídico da Casa. Nenhuma ilegalidade foi constatada e Ranyeri permanecerá na CPI.

Outros depoimentos

Além dos depoimentos do dia 15 de outubro, também ficaram definidos os próximos. No dia 22, será ouvido na CPI o vice-prefeito afastado, Eder Piardi (PP). Em 29 de outubro, o prefeito de Lagoa Vermelha, Gustavo Bonotto (PP), e no dia 05 de novembro, o empresário Rogério Trevisan, da Adeva, empresa que venceu as licitações.

É possível que no decorrer das investigações mais pessoas sejam ouvidas. De acordo com Ranyeri, outras seis pessoas que têm envolvimento direto no processo não foram incluídas no calendário de depoimentos.