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Acordei naquele dia correndo atrás do dia

Neusa Picolli Fante

O despertador não tocou, os compromissos se amontoaram. Não achava a roupa certa para vestir, o calçado adequado, o cabelo não se ajeitava e eu corria atrás do tempo. Registros de insegurança mostraram-se presentes até que eu pudesse pegá-los pela mão e acalmá-los.

Improviso é o que iria acontecer. Sim, naquele dia, eu correria atrás do dia. Em outros momentos, correria na frente, na contramão, mas tudo precisava da minha autorização.

Talvez correr atrás fluísse confortável, não me desorganizasse. Talvez essa maneira de ser desconhecida me remeteria a algumas descobertas. Ficava claro, no entanto, que precisava me observar.

Correr na frente ou atrás é minha maneira de estar. De solidificar o aprendizado construído até aquele momento e de estar ali inteira, com dificuldades e devaneios. Angústias ficando claras, ou ainda amarrotadas, mas tomando uma parte do meu ser até que eu consiga aquietá-las.

Às vezes corremos na frente; em outros momentos, atrás do tempo. Andamos ora depressa, ora devagar, mas o mais importante não é a intensidade, e sim a direção do nosso andar. É rumar ao encontro das nossas próprias buscas e do nosso jeito de ser, peculiar, só nosso, sem perder o foco, o destino e a direção. Sim, correr atrás do dia, nos remete a novos aprendizados.

 

Sobre o autor

Neusa Picolli Fante

Psicóloga Clínica e Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto. Graduada em Comunicação Social.  Autora do livro Caminho dos Girassóis: Uma abordagem sobre o luto, Dor sem Escuta, Entrelinhas da Vida, Quintais da Minha alma.

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