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Entenda a história atrás dos protestos antirracistas realizados no Brasil e EUA

Baixar Áudio por Daniel Lucas Rodrigues

Professor e mestre em história, Lucas Caregnato, explica que as manifestações se expressam de formas diferentes nos dois países, ocasionadas pela política abolicionista de cada um. Clique na matéria e entenda o atual momento

Foto: Rafael Quintão/GloboNews

O final de semana foi caracterizado por protestos antirracistas nos Estados Unidos da América (EUA) e no Brasil. Em território estadunidense ficou marcado o quinto dia de manifestações pela morte de George Floyd, um homem negro de 44 anos, asfixiado pelo policial Derek Chauvin. Já os brasileiros protestaram pela morte do menino João Pedro, de 14 anos, vítima de um tiro nas costas ocasionado por uma operação policial no mês de maio. Em entrevista à Tua Rádio São Francisco, o professor e mestre em história, Lucas Caregnato, fornece um panorama social e histórico da população negra nos dois países para visualizar como se chegou ao atual momento.

Caregnato diz que as formas de protesto podem ser explicadas pelas diferenças no processo da abolição da escravatura. Com o fim da escravidão nos EUA é disseminada uma ideia de segregação racial, ou seja, os negros não podiam conviver com os brancos em locais específicos. Esta política concedia à população negra condições precárias para vivência e alimentou o surgimento de grupos racistas de supremacia branca, como o Ku Klux Klan (KKK). Até a década de 1960 era legalmente permitido o sistema de separação pela cor da pele. No Brasil, houve um movimento contrário.

Ele detalha que a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 1888, criou uma falsa sensação de democracia racial no país. Foi imposta na sociedade uma imagem de que houve uma harmonia social entre brancos e negros. Esse discurso reflete em conceitos de que o país fornece oportunidades iguais a todos e de que o racismo existe, mas em poucos casos.

“No Brasil, um jovem negro tem 3x mais chance de morrer do que um jovem branco. Casos como o do João Pedro, da Ágatha e do Amarildo mostram como que homens negros e mulheres negras são vítimas do racismo estrutural e institucional do estado. Isso é banalizado no país, colocado que esse jovem negro deveria ser um bandido. Essa discussão precisa ser pedagógica e de modo que possamos refletir sobre o racismo aqui.”, complementa Caregnato.

A campanha antirracista ganhou movimentação nas redes no final de semana, principalmente no Twitter, com as #VidasNegrasImportam e #BlackLifesMatter. Clubes de futebol, atletas e personalidades da mídia se manifestaram em prol da causa, por meio das hashtags. Sobre essa movimentação virtual, Caregnato avalia que possibilita dar voz às reivindicações dos negros e disseminar informações e produções acadêmicas a respeito da história negra e do combate ao racismo.

“As redes sociais vem cumprindo um papel de espalhar fake news. Com este momento pode ser trabalhado um movimento contrário, de disseminação de informações, fatos e artigos, tratando com respeito e veracidade científica sobre o racismo e a valorização dos negros”, detalha.

Confira a entrevista completa na aba “Ouvir Notícia”, abaixo da manchete.

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