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Clima puxa alta do feijão e mercado regulará em 2017

por Felipe M. Padilha

O preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio e 41,62% em 12 meses

Vilão: aumento motivado por problemas decorrentes do El Niño
Foto: Marcello Casal/ABr/CR

Essencial no prato mais tradicional da culinária brasileira, o feijão subiu mais de 30% nos primeiros meses deste ano e se tornou um peso no bolso dos consumidores. De acordo com o IBGE, que mede a variação nas capitais, o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio e 41,62% em 12 meses.

Outra pesquisa, da auditoria de varejo da GfK, que coleta preços em pequenos e médios supermercados em 21 cidades do país, o feijão subiu 28%. Na grande BH, o IBGE registrou aumento de 34,92% no preço do feijão-carioca ou rajado até maio, acima da média no Brasil. Em todos os casos, os reajustes superam em muito da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com alta de 9,32% em 12 meses até maio.

O aumento foi motivado por problemas climáticos, decorrentes do fenômeno El Niño, que afetaram a safra do Rio Grande do Sul, maior produtor do país, e também prejudicaram as lavouras de Uruguai e Argentina. Em 2016, os produtores gaúchos colheram 7,4 milhões de toneladas, com uma redução de 16% em relação à safra do ano passado. O reajuste do feijão ficou bem acima da inflação nos últimos cinco meses, de 4,05%.

De acordo com a consultoria GfK, em maio o feijão foi o alimento que registrou maior alta entre os alimentos básicos. A dificuldade que existe é que o alimento é de largo consumo, sobretudo entre os mais pobres, e praticamente é insubstituível. Em média, cada família brasileira consome cerca de 3 quilos de feijão por mês.

Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), entidade que representa a cadeia produtiva do grão, Marcelo Eduardo Luders, uma série de fatores levaram a alta do preço do feijão. “A falta de reajuste do preço mínimo, o preço atraente de commodities como soja e milho, que tem risco de produção menor diante da perspectiva do El Niño, além da seca que acabou atingindo o segundo e terceiro estado que mais produzem feijão, que são Minas Gerais e Bahia”, avaliou Luders. O abastecimento do feijão só deve se regularizar no início de 2017.

No ano, os produtos com maior elevação no preço médio foram a batata (50,0%), o feijão (32,42%) e a manteiga (26,06%). Os dois produtos que apresentaram queda em seu preço médio no período foram o arroz (-2,89%) e o tomate (-1,20%).

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