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Outro mundo é possível

Miguel Debiasi

Em 2001 na cidade de Porto Alegre teve início o Fórum Social Mundial. Este é o maior evento público de debate democrático de ideias, de reflexão de temáticas emergentes, de elaboração de propostas de políticas públicas, de intercâmbio de projetos, de experiência e espaço de articulação de movimentos sociais, ONGs e entidades afins que se contrapõem ao neoliberalismo, ao domínio de mercado mundial e ao imperialismo do capital. Diante da gravidade e complexidade da crise econômica mundial, o Fórum Social Mundial se credencia como espaço alternativo de debates e propostas.

O Fórum Social Mundial nasceu com o objetivo claro de constituir uma reflexão mundial em busca de alternativa às políticas neoliberais. Por sua vez, as políticas associadas ao liberalismo econômico laissez-faire, traduzido por deixar fazer, ou ainda deixar passar, teve seu início nas décadas de 1970 e 1980. Estas políticas defendem a máxima liberalização econômica, o livre comércio e a redução da interferência do Estado no controle da economia como forma de privatizá-la. O liberalismo como conjunto de políticas nasceu nos Estados Unidos da América e teve como principais defensores Friedrich A. Hareck e Milton Friedman.

No Brasil, o neoliberalismo através dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso foi introduzido de forma mais aberta e sistemática com a privatização de várias empresas estatais. Dessa forma, o dinheiro das estatais serviu para financiar a cotação do Real ao nível do dólar. Países emergentes como a China e a Índia, contrários à estratégia adotada pelo Brasil, fizeram investimentos econômicos em parceria com as empresas nacionais. Por conseguinte, o resultado tem mostrado um crescimento econômico enorme e muito acima dos países que adotaram a política econômica neoliberal. Neste período de crise os resultados de China e Índia têm evitado o colapso do atual sistema econômico mundial. Estas nações, por vezes desprezadas e taxadas de comunistas, têm proporcionado alento e esperança ao mundo.

Em tempo de crise se faz necessária uma aberta e mundial reflexão na direção de altermundo e ou de novo sistema econômico. As edições anuais do Fórum Social Mundial são exemplos de que é possível debater em nível de pluralidade e diversidade de ideias, reflexões e propostas. Certo é que em tempo de crise as soluções não vêm de cima para baixo. Ações para a solução da crise nascem não da competição, mas sim da cooperação. Assim, quanto mais se prolonga a crise mais se justifica que o Fórum Social Mundial é sempre mais necessário e útil para a sociedade.  

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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