O silêncio ainda tomava conta da rua deserta. Da pequena casa perto ao oceano observava o mar, ele mostrava que a vida estava ali para recomeçar e, uma a uma, as ondas vinham me abraçar...

A vontade de vida rondava meu ser cansado a me buscar...

Sentada na cadeira, em frente à janela, reflexões alcançavam as ondas do mar, e me deliciava com esse ir e vir do mar e dos pensamentos que conseguia alcançar...

Sabia que era hora de seguir, levantar e andar...igual onda do mar que não para de andar, mas antes necessitava rever a direção, e seguir tranquilamente aonde meu coração dizia que eu deveria estar...

Quantos olhares, quantos sentimentos procurava acomodar... Passava a vida a limpo naquele momento e naquele lugar... Para poder seguir necessitava organizar o vivido, sem me lamentar. Deixar acomodado em mim o que vi, o que vivi, o que desejei, o que consegui ou sabia que nunca conseguiria alcançar e se tornava primordial para ir tranquila na nova etapa que se iniciava.

Ali refletia, amarrando a linha da minha vida no passado – que se acomodava em mim, e no presente – que me instigava a mudar o rumo e seguir. Assim me embalava, nesse novo jeito de vislumbrar o que se iniciava agora...