Olhar a vida e tentar enxergar o que é invisível é um exercício interessante. O essencial necessita de outro olhar, bem mais profundo, que alcance o que está um pouco além da aparência.

A vida acontece para além dos fatos. Nem tudo deve ser levado em conta, com aquela seriedade de quem acha que o mundo vai logo terminar. O laço do sapato poderá tentar te derrubar, mesmo assim é possível continuar a caminhada.

De qualquer jeito é preciso continuar, um passo depois do outro. Se não tiver outro jeito, ande sozinho, ande descalço ou só de meia, mas ande. Se necessário for, dá para carregar os chinelos nas mãos, mas não desistir de andar. Motivos para não continuar andando até existem, mas não é possível sentar à beira do caminho, simplesmente por ter desistido de andar.

A desistência não deveria fazer parte das opções de viver. Quanta gente iniciando caminhos promissores e, no primeiro obstáculo, optando por desistir. Quem decide andar sempre reúne motivos, descobre novos caminhos, não aceita a acomodação.

Andar descalço, mas andar, andar sempre. As condições exteriores até podem influenciar, mas a decisão de andar brota da convicção. Se tiver que andar sozinho, mesmo assim é adequado não desistir de andar. Até a solidão se afasta se há a determinação de continuar a caminhada.

Em alguns momentos da vida, parece que os empecilhos se juntam. Tudo acontece ao mesmo tempo. Porém, basta não se assustar que, em seguida, tudo se ajeita. Algumas forças até tentam derrubar os caminheiros que insistem vencer longos percursos. Mesmo assim, é possível ficar de pé e dar continuidade ao que existe de mais inusitado: poder caminhar, apesar de nem sempre sair do lugar!

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