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Operação Leite Compensado prende quatro pessoas em Esmeralda

por Neto Ferreira

As investigações dão conta, ainda, que os suspeitos coletavam leite com até sete dias de prazo entre a ordenha e a coleta

Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira, 17, o Ministério Público, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Receita Estadual e Brigada Militar, cumpre quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão no município de Esmeralda, nos Campos de Cima da Serra. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Segurança Alimentar –, coordenado pelos Promotores de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho e Mauro Rockenbach, ainda busca quatro caminhões da empresa Marcio Fachinello – ME.

A transportadora é investigada pela 9ª etapa da Operação Leite Compen$ado por crime organizado e prática comercial abusiva na cadeia produtiva do leite – crime de adulteração de produto alimentício. A Promotora de Justiça de Vacaria Bianca Acioly de Araujo atua em apoio nos trabalhos.

Conforme as investigações, iniciadas há cerca de quatro meses, o proprietário da empresa e quatro funcionários que exercem a função de motoristas adicionavam produtos químicos ao leite cru in natura com a finalidade de mascarar a adição da água e aumentar o volume do produto final. A intenção era aumentar a lucratividade, além de evitar a perda de leite já em deterioração.

A empresa recolhia entre 40 e 50 mil litros de leite cru diariamente junto aos produtores de leite de vários municípios da região. Os motoristas eram orientados a acrescentar água e bicarbonato de sódio (substância utilizada para adequar o leite impróprio ao consumo, deixando-o dentro dos parâmetros legais). O leite seria encaminhado para a Laticínios Unibom, localizada em Água Santa.

As análises de quatro coletas feitas pelo Mapa nos meses de agosto de 2014 e 2015 comprovaram que houve adulteração do produto, com o intuito de dar uma “nova vida” ao leite, embora isto não o torne um produto de qualidade. Leite e derivados produzidos a partir da matéria prima fraudada ficam comprometidos quanto ao seu valor nutritivo, pois a sua degradação natural faz com que os principais nutrientes – vitaminas, sais minerais e proteínas – tenham seus valores bem abaixo dos padrões estipulados pelo Mapa.

As investigações dão conta, ainda, que os suspeitos coletavam leite com até sete dias de prazo entre a ordenha e a coleta. A legislação em vigor, no Regulamento Interno de Inspeção Sanitária dos Produtos de Origem Animal (Riispoa), do Mapa, prevê que o prazo máximo para a coleta do leite até o seu recebimento e processamento pelos postos de resfriamento é de 48 horas.

Informações do MP

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