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Cerca de 400 pessoas acompanham o depoimento de Nanette Konig, em encontro no Legislativo caxiense

por Ivan Sgarabotto

Para uma plateia formada, na maioria, por estudantes caxienses, Nanette Konig relatou fatos que vivenciou durante o holocausto nazista

Um plenário repleto de jovens parou atentamente para ouvir o testemunho de uma sobrevivente do holocausto nazista, na noite da sexta-feira, 19, em Caxias do Sul.  Aos 86 anos, a holandesa Nanette Konig participou de uma reunião promovida pela Frente Parlamentar em Defesa das Políticas Públicas de Juventude (FPDPPJ) do Legislativo caxiense em parceria com o Colégio Estadual Henrique Emílio Meyer.

Cerca de 400 pessoas compareceram à sede da Câmara de Vereadores para participar da atividade, que foi coordenada pelo presidente da FPDPPJ, vereador Rafael Bueno/PCdoB, e integra o Projeto de Leitura Sobreviventes do Holocausto - o holocausto nazista foi uma  prática de perseguição política, étnica, religiosa e sexual estabelecida durante os anos do governo alemão de Adolf Hitler, no século passado.

Em 1943, Nanette foi levada por alemães nazistas, juntamente com familiares, para o campo de concentração de Bergen-Belsen. Saiu de lá após dois anos, muito debilitada e sem a família, que foi morta pelos nazistas. Ela foi amiga e conviveu com a jovem Anne Frank, autora do conhecido "O Diário de Anne Frank". Desde 1953, Nanette mora no Brasil, em São Paulo. Mudou-se da Inglaterra, com o marido, John Konig, 88 anos, que também teve os pais assassinados pelo regime nazista. "Superar os traumas dos campos de concentração é difícil, mas quem sobrevive tem uma missão a cumprir: dizer que o holocausto existiu e foi muito pior, pois deixou sequelas que o resto do mundo jamais pode imaginar", declarou Nanette à comunidade caxiense, nesta sexta-feira.

Ela contou que decidiu começar a falar sobre o holocausto após perceber que havia um desconhecimento por parte da população. Segundo Nanette, a estimativa é de que o holocausto fez 17.848.000 de vítimas, entre as quais, cerca de 6 milhões de judeus. Na Europa, relata a palestrante, existiram 20 mil campos de concentração.

Na opinião de Nanette, Hitler conseguiu manipular a população a fazer o que ele queria. Ela conta que, à época, antes de ser levada ao campo de concentração, era difícil de saber quem estava a favor ou contra o governo alemão.

Nanette acrescenta que, em 1943, sua família foi tirada de casa e a Holanda foi declarada livre de judeus. Nos campos de concentração, por mais de uma vez achou que seria morta. Nesses espaços, não existiam direitos, nem banheiro, nem café da manhã, apenas a possibilidade de morrer a qualquer dia, lembra ela.

A palestrante detalhou, ainda, algumas das conversas que teve com Anne Frank e com o pai da jovem. Bem disposta, Nanette também respondeu a perguntas da plateia e das autoridades presentes. Ao ser indagada de onde tirou forças para superar o que passou e manter a esperança, resumiu: "A vida é uma coisa muito querida. Desistir da vida é uma covardice".

No encontro de sexta da FPDPPJ, compareceram estudantes e professores de outras instituições de ensino, além do público em geral.

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