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Historiadora Loraine Slomp Giron morre em Caxias do Sul aos 84 anos

por Daniel Lucas Rodrigues
Foto: Divulgação

Morreu na madrugada desta quinta-feira (17), aos 84 anos, a historiadora, professora e escritora Loraine Slomp Giron. Ela estava internada no Hospital da Unimed para o tratamento de uma pneumonia.

Loraine tem 16 livros publicados e recebeu o título de cidadã emérita da Câmara de Vereadores em 2000. Ainda não há definição sobre a cerimônia de despedida.

Em junho de 2018, ela participou do Programa Conectado Perfil, da Tua Rádio São Francisco. Relembre a matéria:

Desde criança, questionadora. Quem disse que não poderia ser padre ou Rainha da Inglaterra?! Eram os grandes sonhos de infância que Loraine Slomp Giron alimentava ainda em Forqueta, distrito de Caxias do Sul onde nasceu e viveu os primeiros anos de inquietação.

Aos quatro anos, espantou a irmã, de seis, ao mostrar que a brincadeira de bonecas podia ser bem séria. “Eu sou parte da casa e vou trabalhar. Eu posso trabalhar”, disse ela, ao encarar a primogênita, que tentava comandar. A família queria saber de onde tinha saído aquele ser tão crítico. Loraine diz que nasceu crítica.

“Quem nasce assim numa família conservadora como a minha provoca um espanto geral. Eu nasci com a faca na bota. Eu sou uma pessoa muito forte! Eu não tenho medo de nada. Essa qualidade que não é minha, nasceu comigo, fez com que eu enfrentasse coisas horripilantes que as outras pessoas não teriam coragem. Eu assisti alunos meus com gravador na janela querendo me pegar mentindo, enganando. Isso nunca me preocupou porque eu sabia que estava falando a verdade. E quem fala a verdade não precisa ter medo”.

A professora Loraine encarou a censura e a repressão, na época da ditadura militar. Considerada subversiva, foi expulsa de uma escola pública de Caxias do Sul. Respondeu dizendo que é impossível viver sem democracia e sem liberdade. “Eu sabia que tinha que fazer algumas coisas e eu não consegui escapar delas. Eu sempre fiz História Crítica e ela nem sempre é bem aceita porque as pessoas adoram mitos, fingir que tudo é bom e tá certo”.

Prestes a completar 82 anos, parece fazer questão de manter o espírito crítico e a acidez que a tornaram uma das maiores professoras e pesquisadoras da Serra Gaúcha. Loraine foi a entrevistada desse sábado (08) no programa Conectado Perfil.

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio São Francisco

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