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Haitianos denunciam trabalho escravo em empresa caxiense

por Beverli Rocha

Grupo de trabalhadores registrou ocorrência policial e acionaram o Ministério do Trabalho

Foto: Leandro Angonese/Divulgação

Um grupo de seis haitianos procurou o Sindicato dos Metalúrgicos, no dia 03 de janeiro, para denunciar o regime de escravidão a que estavam submetidos em uma empresa de montagens de silos metálicos, usados para armazenamento de grãos com sede em Caxias do Sul e atuação em cidades como Panambi, São Miguel das Missões, Rodeio Bonito e Chapecó.

Os haitianos revelaram que o proprietário costuma trabalhar armado e ameaçar os funcionários. Também afirmaram que chegavam a trabalhar 30 dias sem folga e que não recebiam as devidas horas extras. Diante da negação dos trabalhadores em fazer jornada extra, gás e internet eram cortados. A pressão ia além, quando ocorria algum tipo de divergência, segundo os trabalhadores -  o transporte era retirado. De acordo com depoimento feito ao Sindicato dos Metalúrgicos,  Neldy Alcina, um dos denunciantes - disse que "quando cortavam o gás, nós tínhamos que fazer uma fogueira para aquecer nossos alimentos”. 

Conforme relato dos haitianos, o grupo de trabalhadores também era vítima de preconceito racial.

Segundo Leandro Angonese, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos que recebeu a denúncia e acompanhou os haitianos, os funcionários têm carteira assinada, mas vivem diante desse cenário análogo à escravidão. A denúncia foi encaminhada ao Ministério do Trabalho em Caxias do Sul e diante da ameaça armada, também foi lavrado boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Ao todo, 18 haitianos trabalham na empresa, mas apenas seis fizeram a denúncia.

A reportagem da Tua Rádio ouviu na tarde desta segunda-feira, o auditor fiscal do Trabalho, Vânius Corte sobre o assunto. Vânius informou que a empresa tem sede em Caxias do Sul, mas como não atua na cidade, não é possível confirmar "in loco" a situação denunciada. Nesses casos, o "Ministério do Trabalho faz contato com a empresa contratante do serviço terceirizado oferecido pela denunciada para verirficar as condições de trabalho, porém a firma em questão -  já identificada - está em férias coletivas até o dia 10". Enquanto isso, segudo o auditor, está sendo verificada a documentação e legalidade da empresa denunciada pelos haitianos. Em caso de impossibilidade de avaliar no município a situação dos funcionários, o Ministério do Trabalho encaminha a denúncia para a delegacia do Trabalho onde existe a atuação.

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