O cenário econômico de Guaporé, pelo menos na questão da empregabilidade, começa dar sinais de recuperação. Mesmo ainda sentindo efeitos das crises política, ética e moral, proporcionada pelos escândalos de corrupção do Governo Federal e da escandalosa aparição dos parlamentares na votação do impeachment, foram abertos no mês de março 22 postos de trabalho no município. Os setores de Serviços e Indústria de Transformação abriram 10 postos de trabalho cada em março. A contabilidade dos números, admissões e desligamentos, foi divulgada através da Carta Mensal do Mercado Formal de Trabalho, produzida pelo Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul. Os dados foram catalogados através da publicação do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Durante o mês de março, as empresas admitiram 304 colaboradores. No mesmo período, foram desligados 282, proporcionando um saldo positivo em Guaporé de 22 postos abertos. No período, os setores de Serviços e Indústria de Transformação abriram 10 postos de trabalho cada. Seguidos da Construção Civil, Agropecuária e Serviços/Indústria/Utilidade/Pública com dois vínculos positivos cada. O Comércio foi o único setor com saldo negativo em Março, com quatro postos de trabalho fechados no mês. Com o saldo positivo do mês de março, o saldo acumulado dos três primeiros meses do ano (janeiro, fevereiro e março) entre admissões e desligamentos é de 39 vínculos encerrados.

O mês de março, segundo dados do CAGED, foi o primeiro que apresentou números positivos após cinco meses de queda no saldo de pessoas admitidas e desempregadas no município. O último registro animador havia sido em setembro de 2015. O pesquisador do Observatório do Trabalho, professor Adalberto Ayjara Dornelles Filho, atribui a retomada dos empregos em Guaporé, ao momento diferente vivido no município.

“Apesar do saldo positivo no mês de março, o primeiro trimestre fecha negativo. São vários os fatores que impulsionaram o crescimento do emprego em Guaporé, entre eles, a diversidade das atividades econômicas como os setores das joias, metal mecânico, moda praia e fitness, e agropecuário. Porém, não podemos garantir que a tendência positiva permanecerá nos próximos meses. As empresas, em sua grande maioria, dependem do andamento da economia no país e não há sinais de recuperação a curto/médio prazo. Para se ter uma ideia, somente quatro estados brasileiros tiveram saldo positivo no mercado de trabalho em março”, destacou.

RS e Brasil

A nível estadual, o resultado do terceiro mês do ano foi positivo. O Rio Grande do Sul gerou 4.803 postos de trabalho em março, um acréscimo de 0,18% sobre o total de empregos formais. O setor da Indústria de Transformação foi o que mais abriu postos de trabalho no Estado, com 5.598 vínculos criados, seguido pelo setor do Comércio, com 1.546 vagas abertas. O setor que mais fechou postos de trabalho foi a Agropecuária, com 2.129 vagas encerradas. O saldo acumulado no ano é de 18.614 postos abertos.

O Brasil, porém, teve perda de 118.776 empregos no mês, um decréscimo de 0,30% sobre o total de empregos formais. Nesse mesmo período apenas o setor da Administração Pública abriu postos de trabalho, com 4.335 novos vínculos. O setor que mais fechou postos de trabalho foi o Comércio, com 41.978 vínculos encerrados, seguido pelo setor da Indústria de Transformação, com 24.856 fechamentos. O saldo acumulado no ano é de 319.150 postos de trabalho fechados. Nos últimos 12 meses, foram fechados 1.853.076 empregos no país, um decréscimo de 4,49%.

Mercado de trabalho na região