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Subsídios exegéticos para o Quinto Domingo Comum

por João Carlos Romanini

Reflexão para o a liturgia o Domingo 09 de fevereiro

Foto: Divulgação

SUBSÍDIOS EXEGÉTICOS PARA A LITURGIA DOMINICAL - ANO A

QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM

Evangelho: Mateus 5,13-16

Primeira Leitura: Isaías 58,7-10

Segunda  Leitura: 1 1Cor 2,1-5

Salmo: 111 (112)

 

O Evangelho

A comunidade de Mateus sistematiza este Evangelho sob o impacto da dura repressão romana contra a revolta judaica que provocou a destruição definitiva do Templo de Jerusalém e a morte de praticamente todas as outras testemunhas do ministério público de Jesus em 70 d.C..

O conjunto de Mt 5,13-16 é o chamado “Sermão do Monte ou da Montanha” (cf. Mt 5,1). Dentro dele é uma sessão introdutória do mesmo, junto com as chamadas “bem-aventuranças” (5,3-16). Segue uma releitura sobre a “Lei” (5,17- 6,18), ou “da justiça cristã”; os princípios do seguimento ou do discipulado (6,19-7,12) e um tríplice aconselhamento (7,13-27). Sendo que 5,1-2 e 7,28-29 são marcos deste resumo. No centro está o novo discipulado!

Estrutura do texto em si e seus desdobramentos hermenêuticos

O texto é formado por duas afirmativas independentes que tem a mesma estrutura, como se fossem provérbios:

a – Vocês são... (5,13a e 14a).

b - Apresentação da afirmativa pela sua negação (“se o sal perde o gosto”, 5,13b; “Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte, nem se ascende um lampião para coloca-la debaixo da mesa”, 5,14b-15).

c – Mandamento (apenas relativo à luz) em 5,16.

Questões levantadas:

O Sal é dado como certo. O simples seguimento de Jesus – sem fazer mais esforço – parece ser suficiente para outorgar sabor à terra (aqui interpretada como “país”, “espaço comum”). A Luz não é para a “terra” e sim para a “humanidade” e deve ser revelada na nova “práxis”.

Interpretação a partir do contexto da comunidade de Mateus:

Estas pessoas sentem-se perseguidas e maltratadas – que viu isso acontecer durante a dura repressão do império romano e com a traição das lideranças do próprio povo - assim como aconteceu com as pessoas que profetizaram antes de Jesus (cf. final das “bem-aventuranças”, em 5,11-12).

Estas pessoas se sentem deslocadas das tradições antigas – que levaram à violência e à morte - embora ligadas a elas pela história em comum (conforme as perícopes subsequentes, dos “ouvistes”, em 5,17-48).

Ser Sal e Luz faz resgatar a profecia e dar um novo significado à tradição. Sal é presença profética no espaço da sociedade, na vida da terra, dar sabor à criação. Luz é a nova práxis da comunidade que mostra o novo caminho para a humanidade.

Primeira leitura (Is 58,7-10) e sua conexão com o Evangelho

O contexto literário desta leitura é um dos mais belos textos do Primeiro Testamento, chamado “Trito-Isaías” (Is 56-66). Assim como no caso do Evangelho, este texto não faz parte do centro do livro, tendo um caráter introdutório. Esta obra também propõe uma nova práxis que seja capaz de gerar uma nova realidade para o povo que estava voltando do Exílio na Babilônia (entre 592 e 538 a.C.). Possivelmente esta obra escrita por gente jovem que projetava junto com Deus uma nova vida onde seriam superadas todas as mazelas do passado.

O Lecionário, corta uma perícope que inicia em 58,3b respondendo a duas perguntas feitas para Deus: “Por que jejuamos e não atendes? Porque afligimos nossas almas e não o levas em conta?”. Depois de denunciar que, estas mesmas pessoas que perguntam, promovem a violência, oprimem e exploram as pessoas que trabalham para elas, o texto apresenta o que chamaríamos do “verdadeiro jejum” (cf. 58,6 “porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as amarras da injustiça (...) livres as pessoas oprimidas e quebres o jugo?”).

O versículo 7 indica então a nova práxis, a mesma recomendada pelo Evangelho, “que repartas o teu pão com quem passa fome, que dês abrigo a quem não tem teto, que vistas quem está nú, e não te escondas de teu semelhante”).

O versículo 8 indica que só assim a luz deste povo de Deus poderá ser vista (no centro da afirmativa). Encerra, então, com a reafirmação de que a justiça para com as pessoas “famintas” (como representação de todas as pobres e excluídas das condições mais básicas) é a fonte da luz que resplandece sobre as trevas.

Subsídio elaborado pelo grupo de biblistas da

Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana:

Dr. Bruno Glaab – Me. Carlos Rodrigo Dutra – Dr. Humberto Maiztegui – Me. Rita de Cácia Ló

Edição: Dr. Vanildo Luiz Zugno

 

 

ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE FRANCISCNA

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