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Transportadora vacariense compensa 100% do carbono preservando floresta na Amazônia

por Rafael Vargas

Reservas Cavalo Verde I e Cavalo Verde II são mantidas pela Transportes Cavalinho

Uma ideia que surgiu em 2010, com o intuito de compensar a emissão de gás carbônico da frota de caminhões que percorrem todo o território nacional, fez com que a empresa Transportes Cavalinho Ltda, com sede em Vacaria (RS) e com sete filiais nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia passasse a investir em projetos mais robustos e focados no meio ambiente. Internamente, a transportadora, que está no mercado há mais de quatro décadas, já desenvolvia pequenas ações com seus colaboradores, mas sentia a necessidade de algo ainda maior.

Após longos estudos e debates internos, em 2015 a diretoria da empresa considerou a possibilidade de investir na maior floresta tropical do mundo. Em uma viagem à Amazônia, o diretor da  Cavalinho, Paulo Ricardo Ossani, passou a olhar a mata fechada às margens do Rio Negro como estratégia de mitigação ambiental. “Compramos uma área de 16,5 mil hectares pertencentes a um frigorífico que tinha o plano de usar a terra para a produção de açaí, mas após a compra, optamos em manter tudo e preservar”, destaca o empresário.

Batizada como Reserva Cavalo Verde, a área de preservação permanente é habitada por aproximadamente 60 famílias de ribeirinhos e indígenas, moradores da comunidade Bom Jesus, que pertence ao município de Novo Airão (AM). Inicialmente os nativos demonstraram resistência e medo do que os novos proprietários das terras poderiam fazer no local, mas todas as barreiras foram rompidas sem dificuldade, o que tornou a relação mais próxima e amigável. A Cavalinho, preocupada com o bem-estar e com a valorização cultural dos povos originários passou a atender à comunidade e oportunizar melhores condições de vida aos habitantes do local.

Um morador da comunidade foi contratado pela empresa gaúcha. Ezequiel dos Reis, tem a responsabilidade pelo patrulhamento da floresta. “Eu monitoro toda a área para que não ocorra desmatamento, não permitindo invasões, nem danos à natureza”, reforçou o colaborador que faz o serviço à bordo de um barco a motor. O monitoramento é acompanhado à distância por profissionais que atuam na matriz localizada em Vacaria (RS), e em Paulínia (SP).

Especializada no transporte de produtos químicos e petroquímicos, além da distribuição de bebidas, a Cavalinho conta com uma frota que percorre mais de 47 milhões de quilômetros rodados ao ano, em todo o país e parte do Mercosul. A emissão de carbono chega à pegada de 56 mil tCO2e na atmosfera, por isso a importância da compensação. Diante destes números, a transportadora vacariense voltou a investir na Amazônia, adquirindo mais 24,5 hectares de mata nativa no município de Coari (AM). Juntas, as reservas Cavalo Verde I e Cavalo Verde II chegam aos 410 milhões de metros quadrados de floresta tropical e compensam 100% do carbono emitido pela frota, impactando no cotidiano de todo o planeta.

O assessor da direção executiva da Cavalinho, Gilvani Mossoi Tribino explica que para a execução do projeto Cavalo Verde, a empresa buscou a base mundial GHG Protocol que identifica a métrica de condução e a mensuração dos gases. Ele destaca, ainda, que entre as estratégias adotadas foram contratados especialistas e estudiosos da área ambiental. “Eles foram até lá e fizeram a medição do solo, da madeira, da flora e fauna, do ecossistema como um todo. O número resultante foi o indexador onde pudemos fazer a conta de sequestro de carbono que a área de preservação tem. Hoje temos a compensação total das nossas emissões”, afirma.

Estudos realizados em dezembro de 2022 pelo Taskforce on Nature Markets apontam que, apesar de toda a economia ser dependente da natureza, nem todo o valor dela é reconhecido nas atividades econômicas. Em geral já existe um consenso da necessidade de preservação e de mudança da matriz energética, mas mesmo com essas práticas existe o impacto ambiental. 

De acordo com o Head de Sustentabilidade da Societé Générale de Surveillance (SGS), Fabian Peres Gonçalves, mesmo com o surgimento do mercado de carbono como forma de mitigar as dimensões globais e de outras iniciativas de projetos, é necessário avançar em diferentes frentes como a que Cavalinho fez. “As florestas têm um papel no equilíbrio ambiental global, não só pelo carbono estocado e absorvido no seu crescimento, mas também por todos os serviços ecossistêmicos. Uma floresta preservada fornece recursos essenciais para a vida”, enfatiza o engenheiro químico.

O convite à compensação chega também para os colaboradores da frota Cavalinho, por meio do subprojeto Plantando Vidas, desenvolvido no Centro de Treinamento de Motoristas (Centronor), idealizado e mantido pela Cavalinho há 20 anos. Semanalmente, os profissionais que passam pelo treinamento e qualificação de motoristas no Centronor, participam de rodadas de conversa sobre as mudanças climáticas e aquecimento global, com plantio de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, cedidas pelo Viveiro da Prefeitura Municipal, como forma de sensibilização para o tema.

Conforme a bióloga Marli Borsoi Pereira, coordenadora da Comissão Municipal Vacaria Pro Clima 2050, iniciativas como esta e tantas outras como o apoio às ações de educação ambiental e de cuidado com os seus colaboradores, fazem com que a empresa seja destaque na região dos Campos de Cima da Serra, bem como reconhecida mundialmente por meio da Certificação de Qualidade da Câmara Internacional da Indústria (CQCIT) e pelo Cit Green, recebidos nos Estados Unidos. Além disso, com o objetivo de contribuir com o cumprimento da Agenda 2030, a empresa possui onze dos 17 selos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que foram auditados e validados pela SGS. 

Em breve uma comitiva de Vacaria deverá fazer uma nova expedição na Amazônia. De acordo com Paulo Ossani, além da integração entre os gaúchos e os amazonenses, o principal objetivo é oportunizar a troca de experiências e fomentar a educação ambiental permanente como complemento às ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com a participação daqueles que contribuem diariamente nas ações desempenhadas pela empresa. 

Rafael Vargas (Jornalista - MTB 6697)

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