O 35º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria terá uma abertura histórica na edição deste ano. É claro, o evento permanece cultivando as raízes gauchescas. A novidade em questão demonstra a chamada “força gaúcha”, em uma perspectiva que deixa em evidência o que significa ser rio-grandense. No dia 3 de fevereiro, um guri de 8 anos e um laçador, que não possui um dos braços, atestam que a cultura gaúcha é para todos.  

Jucemar Alves é morador de Caxias do Sul e tradicionalista nato. A paixão pela cultura gaúcha é tanta, que o seu filho Felipe Alves, de 8 anos, segue os mesmos passos do pai, sempre presente em rodeios. E por falar em rodeio, Felipe já apresenta talento nas narrações de laçadas. O gosto do pequeno gaúcho fez com que a patronagem do Rodeio de Vacaria convidasse Felipe para narrar a armada de abertura do evento. "É emocionante ter uma oportunidade dessas. Quando a nossa família foi informada, não teve como segurar as lágrimas de alegria”, disse Jucemar em entrevista a Tua Rádio Cacique. 

De acordo com o pai do narrador, Felipe manifestava desde cedo que estaria no meio tradicionalista. “Quando ele era um bebê, não assistia nenhum desenho animado. Agora, se colocasse um rodeio na TV, ele ficava olhando fixado. Se alguém pensasse em trocar de canal, ele resmungava. É o sonho dele ser narrador de festas campeiras”, complementa. 

O gaúcho tem na sua origem a mistura de vários povos, que habitam o mesmo estado e que compartilham costumes em comum. As diferenças é o que tornam o gaúcho único. E tradicionalismo também é um local de inclusão. Enquanto Felipe Alves estará nas cabines narrando, o verdureiro Leonardo Carvalho, de 24 anos, natural de Tupanciretã, vai estar na cancha de laço. Mesmo enfrentando a ausência do braço direito, ele exibe habilidade e precisão com a armada na mão. 

É a "força gaúcha" voltada à inclusão e às novas gerações.